Helen Keller, a muller marabilla? | GRUPO CHÉVERE

Uma campanha nas redes sociais afirma que Helen Keller é uma invenção e inclui uma petição online para apagá-la da história. Porque se oculta parte da sua vida? A quem interessa fazê-lo? Porque querem apagá-la? Porque é uma mulher, surda e cega? Porque não se aceita que uma das pessoas mais famosas do século XX nos Estados Unidos seja comunista? Porque uma mulher com deficiência não pode converter-se numa líder anti-capitalista?
Este também é um trabalho que questiona a incomunicação entre pessoas ouvintes e pessoas surdas, explorando as possibilidades de partilhar uma conversa aberta no palco, como uma silenciosa reivindicação da importância das línguas menorizadas e do encontro entre elas. Por isso são integradas na mesma obra a língua falada em galego e a língua gestual espanhola (LSE).
TEATRO
Helen Keller, a muller marabilla?
GRUPO CHÉVERE
22 de Outubro de 2025
quarta-feira, 19h00
> Teatro da Cerca de São Bernardo
> M/14 > 90 min > 5 a 10€
espectáculo no âmbito da Mostra Galiza Coimbra 2025
co-org. Cena Lusófona
Informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / bilheteira@aescoladanoite.pt
Bilheteira online

elenco Patricia de Lorenzo, Chusa Pérez de Vallejo e Ángela Ibáñez dramaturgia e encenação Xron comunicação Xana García espaço sonoro Xacobe Martínez Antelo iluminação Fidel Vázquez produção executiva Patricia de Lorenzo assistência de encenação Borja Fernández desenho gráfico Tristán Ron espaço audio-visual Lucía Estévez espaço cénico Nononon.lab distribuição Cremilo / Carlos M. Carbonell figurinos Uxía Vaello ideia original Chusa Pérez de Vallejo criação Chévere assessoria e apoio em inclusão Chusa Pérez de Vallejo produção e administração Inés Portela assessoria em língua gestual Ramón Costoya Lens adaptação para LSE Ángela Ibáñez e Chusa Pérez de Vallejo programador de legendas Iñaki Ruiz impressões Antía Martín
audio-descrição Nieves García e Susana Longueira
co-produção de Chévere com o Centro Dramático Nacional e o Teatre Lliure, com apoio de AGADIC/Xunta de Galicia
apoios Centro Dramático Galego, Concello de Ames, ONCE e Sala Ártika
agradecimentos Julia Fernández-Nieto, Vida Bajo Fernández, Irene Iñiguez, Cloti Vaello, Tomás Rábanos, Sara Crespo, José Portela, Elena, Sergio e Ainhoa, Magdalena Pérez de Vallejo e Jorge Bandín
Obra em língua oral (galego) e em língua gestual (LSE), com textos projectados em galego.
GRUPO CHÉVERE
Chévere é uma companhia de agitação teatral com 38 anos de trabalho nas costas, que soube manter com naturalidade uma proposta de criação própria tão irreverente quanto genuína. Em 2014 recebeu o Prémio Nacional de Teatro da Espanha pelo seu compromisso social e cultural e pela sua coerente trajectória de criação colectiva, transgressão de géneros e conexão crítica com a realidade.
Desde 1987, Chévere actuou por toda a Galiza, Espanha, Portugal e noutros países europeus, latino-americanos e africanos. Realizou espectáculos de estilos e formatos muito diversos e trabalhou em espaços pouco convencionais. Usando o humor como filosofia e o pensamento crítico como ferramenta, as suas obras confrontam os debates do presente com a memória de um passado recente que ainda nos afecta, documentando-o com uma linguagem contemporânea acessível a públicos diversos. Exemplos desse modus operandi são obras como: Helen Keller, a muller marabilla? (2024), uma peça bilingue em língua gestual e língua oral; N.E.V.E.R.M.O.R.E. (2021), sobre a catástrofe ecológica do Prestige; Curva España (2019), que aborda o mito nacional espanhol como se fosse um verdadeiro crime ferroviário; Eroski Paraíso (2016), sobre os efeitos da globalização
num pequeno lugar da costa galega; As Fillas Bravas (2015), uma reivindicação da cultura oral e da vida na aldeia; Ultranoite no País dos Ananos (2014), um ajuste de contas com a Galiza Única de Manuel Fraga; Eurozone (2013), sátira sobre a crise financeira de 2008 entendida como um assalto das elites; a trilogia Citizen (2010-2011), um filme biográfico não autorizado sobre Amancio Ortega e o “milagre Zara”; ou Testosterona (2009), uma obra não binária sobre as dissidências de género.
Chévere cria a Nave de Servizos Artísticos-Sala Nasa em 1992, um espaço cultural independente único, assumindo a direcção artística até ao seu encerramento no final de 2011, precipitado pela perseguição do PP local (Partido Popular). Ali manteve o seu quartel-general durante 20 anos, servindo de base para grande parte da produção cultural da cidade e para uma infinidade de projectos cénicos, grupos e autores que representaram a criação mais ousada desse período na Galiza, Portugal e Espanha.
Entre 2012 e 2019, desenvolveu um projecto de residência teatral no Concello de Teo (Corunha), um modelo experimental de relação público-privado, envolvendo-se com a comunidade local para dinamizar o uso dos espaços públicos, melhorar a estabilidade laboral dos profissionais do teatro e capitalizar o prestígio e o know-how de uma companhia como a Chévere em benefício da comunidade que a acolhe.
Desde 2023 integra nas suas obras a língua gestual e a audiodescrição, com o compromisso de tornar as artes cénicas mais acessíveis.
Desde 1993 e de forma ininterrupta até hoje, a Chévere cria e conduz as Ultranoites, um cabaré político que aborda com muita ironia os debates do presente.












