O segundo dia do Festival foi um dia longo para A Escola da Noite. Começou cedo, no Teatro Ribeiro Conceição (TRC), com a montagem de “Bonecos & Farelos”. O Teatro é belíssimo. Finalmente bem recuperado, concilia a arquitectura tradicional dos teatros “à italiana” com a funcionalidade das novas tecnologias de cena. Estávamos um pouco preocupados com a adaptação. Estreado na Oficina Municipal do Teatro e reposto apenas no Teatro da Cerca de São Bernardo, ambos em Coimbra e com bancadas em anfiteatro, nunca tinha sido apresentado em teatros convencionais. Receávamos sobretudo a distância em relação à plateia, que poderia afectar a fruição dos pequenos bonecos concebidos pelo António Jorge. Num teatro como estes, nunca é bem a mesma coisa. Mas ele é suficientemente acolhedor para permitir a melhor fruição do espectáculo. Ficámos com essa impressão à tarde e confirmámo-lo à noite, com a recepção e os comentários dos espectadores.
Ontem era dia de feira semanal e de procissão do Corpo de Deus, que terminou na Sé, mesmo em frente ao Teatro. A cidade estava cheia de gente e de sol, num verdadeiro ambiente de festa que inevitavelmente nos contaminou. Dificilmente podíamos ter conseguido melhor!
O trabalho de preparação do espectáculo da noite impediu-nos, contudo, de acompanhar o workshop do Abel Neves, realizado na sala de ensaios do TRC. Contou com cerca de 20 pessoas, entre elementos das companhias e público em geral, e tratou-se de uma conversa informal sobre o trabalho deste autor, que a companhia conhece bem. É curioso, aliás, que três das seis companhias que integram a Plataforma (para além da EN, também o Teatro de Montemuro e o Cendrev) apresentaram já textos do Abel. E é muito simpático tê-lo a acompanhar o Festival durante estes dias.
Regressados ao Hotel, à noite, continuámos o clima de confraternização e de troca de experiências que tem marcado este encontro. À volta da mesa de snooker e na varanda com vista para a Serra de Montemuro, fizemos o que tantas vezes falta no Teatro em Portugal – uma conversa informal, mas franca, sobre o nosso trabalho e as condições que temos para o fazer.
Para o terceiro dia (sexta-feira) estão agendadas duas iniciativas: o debate com representantes institucionais (DGArtes, Direcção Regional de Cultura do Centro e autarquias) e a apresentação do espectáculo do Cendrev “Memórias de Branca Dias”, no Auditório Municipal de Cultura, em Castro Daire.
Faça-nos companhia!
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