Cânone Silábico. Uma canção de amor | de ANTÓNIO DE NÉVADA

“Em tempos, disse a um amigo que a minha poesia rejeita a superficialidade da filosofia da linguagem, assim como não aceita, como se de um acto acabado se tratasse, o desejo e o sentimento como instâncias resolutivas. Tanto o sentimento como o desejo são apenas pontos de partida para viagens profundas, percorrendo os subúrbios onde a alma aborda a existência e a perenidade. São estes os locais e os atalhos onde a linguagem poética articula-se com o real: a angústia, o sofrimento, a dor, o amor, o silêncio, o caos e o belo, revelam-se na vida e no que ela intenta como miragem, e nos transcende, para legitimar os sonhos e a amálgama indecifrável.
(..) Metaforicamente, do córtex e da fissura que nos alicerça, a memória ínsula, mas ecuménica, atiça-nos a cuidar da universal condição do Homem. Do dom do encantamento, da sua vocação categórica do mundo.”

POESIA | APRESENTAÇÃO DE LIVRO
Cânone Silábico. Uma canção de amor
de ANTÓNIO DE NÉVADA
com a presença do autor e apresentação de Osvaldo Silvestre
11 de Julho de 2025
sexta-feira, 18h00
> Bar-Livraria do TCSB
> entrada livre
co-org. Cena Lusófona


Informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / bilheteira@aescoladanoite.pt
Bilheteira online

ANTÓNIO DE NÉVADA
Nascido em Lisboa no ano de 1967, no sétimo dia do mês de setembro, viveu toda a infância e a adolescência em Cabo Verde, Mindelo, a cidade do Monte-Cara, a sua cidade. Em 1985 termina os estudos liceais e parte para Portugal para estudar Engenharia na Universidade de Coimbra, cidade onde viveu década e meia, e onde a Aurora lhe deu um filho e uma filha, o Tiago e a Sara..
De entre várias actividades culturais no contexto da vida académica fez um curso de Teatro Experimental e colaborou em vários eventos de teatro universitário pelo CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), tanto na organização e enquanto actor, como no âmbito da carpintaria teatral (cenografia, luminotecnia e sonoplastia). Nessa fase, de 1987 a 1992, foi também colaborador assíduo do DNJovem (suplemento literário do jornal Diário de Notícias).
Regressou à sua condição islenha e vive nos Açores há 23 anos, em Angra do Heroísmo. Nestas ilhas da Macaronésia mais a norte, com outros poetas e agentes culturais tem liderado vários projetos e eventos de cariz literário, e também como curador.

É autor dos livros de poesia:
Acto Primeiro ou o Desígnio das Paixões, Instituto Caboverdiano do Livro e do Disco, Praia (1993);
Esteira Cheia ou o Abismo das Coisas, Angelus Novus, Coimbra (2000).

Tem colaboração poética dispersa em vários periódicos literários, nomeadamente, na ArtiLetra, na Fragmentos, na Pré-Textos, na Andarllhagem, na vai-se Fazendo, na Atlântida, na 9Bairros, na Txon-poesia.
Publicou ensaios literários abordando a arte poética e a dialética da escrita:
Carta ao tio Djom [i.e., João Vário] à volta de uma consideração crítica do poeta Mário Fonseca em torno de Acto Primeiro (Artiletra, Praia, 1997);
Uma Leitura Possível: Os Trabalhos e os Dias (Atlântida, revista do Instituto Açoriano de Cultura – IAC, Angra do Heroísmo, 2008), texto apresentado previamente no Colóquio Internacional – Centenário da Claridade, 2007, Praia, Cabo Verde;
Extensão Ôntica do Poeta (Atlântida, IAC, Angra do Heroísmo, 2016);
Poesia CV – Hoje, sec. XXI?, Antologia de Poesia Caboverdiana, seleção, organização e nota breve de António de Névada (Atlântida, IAC, Angra do Heroísmo, 2018).
A sua poesia está presente em várias antologias, nomeadamente, e nas mais recentes: Destino de Bai, organizado por Francisco Fontes (2008, Coimbra); Cabo Verde: Antologia de Poesia Contemporânea, organizada por Ricardo Riso (Revista África e Africanidades – ano IV – n.13, 2011, Rio de Janeiro, Brasil); Cabo Verde 100 Poemas Escolhidos, organizadoras Erica Antunes Pereira, Maria de Fátima Fernandes e Simone Caputo Gomes (Pedro Cardoso Livraria, Praia, 2016); Dez Poetas de Cabo Verde, organização de Rui Guilherme Silva (DiVersos – poesis e tradução, 2017, Porto).

Cânone Silábico – uma canção de amor é o seu primeiro livro editado nos Açores, com chancela da editora N9na Poesia.

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