Assemblage | FRANCISCO CAMACHO
Assemblage tem origem no projeto “Viagem Sentimental” que Francisco Camacho desenvolve desde 2017. Em “Viagem Sentimental”, o coreógrafo trabalha numa zona geográfica delimitada, visitando pontos de interesse e conversando com pessoas conhecedoras da história, dos hábitos e da cultura locais. Com base nesses elementos, cria um espetáculo sempre diferente, em que por vezes é acompanhado por participantes locais. Assemblage parte do vasto material coreográfico que o artista acumulou nas viagens, partilhando-o com um grupo de intérpretes de gerações, culturas e práticas muito distintas. A revisitação desses elementos de dança pelo grupo não pretende apagar o seu lugar de pertença original, mas sim reconfigurá-los numa escrita coreográfica que abre novas possibilidades de sentido. Não sendo uma compilação exaustiva das viagens realizadas, esta nova criação deseja todavia a expansão dessa sua matriz, continuando a abordar um conjunto de questões que incluem a tensão entre tradição e modernidade, a gentrificação crescente das cidades, a migração e o cuidar de si, oscilando entre a perspetiva crítica e a oportunidade para o humor, sem perder de vista a evocação dos pequenos prazeres e a vontade de andar avante.
DANÇA | ESTREIA
Assemblage
FRANCISCO CAMACHO
4 e 5 de Novembro de 2022
sexta-feira, 19h00, sábado, 21h30
> M/6 > 90 min > 5 a 10 €
org. EIRA / TCSB — Mostra Francisco Camacho
direcção artística e coreografia Francisco Camacho
interpretação António Torres, Beatriz Marques Dias, Donatella Cabras e Francisco Camacho
direcção técnica, iluminação e vídeo Hugo Coelho (Aldeia da Luz) produção Teresa de Brito e Tiago Sgarbi produção executiva Magda Maia fotos Luis da Cruz
co-produção Eira e Teatro da Cerca de São Bernardo apoio BAM Design, Fuori Margine co-financiado por República Portuguesa, Direção Geral das Artes, Câmara Municipal de Coimbra
informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
bilheteira online
Francisco Camacho é coreógrafo, bailarino, membro fundador e director artístico da EIRA. Nasceu, vive e trabalha em Lisboa. As suas criações circulam pela Europa, América, Médio-Oriente, Ásia e África desde 1988. Foi galardoado com o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa na área da Dança (1995 e 1997) e com o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian (1994/95). Coreografou e interpretou os solos ‘O Rei no Exílio’ (1991), ‘Nossa Senhora das Flores’ (1992), ‘Superman’ (2000), ‘Hitch’ (2003), ‘Coup d’État’ (2006), ‘O REI NO EXÍLIO – REMAKE’ (2013) e mais recentemente ‘E PUR SI MUOVE’ (2014).
Dirigiu as peças de grupo ‘Com a morte me enganas’ (1994), ‘Primeiro Nome: Le’ (1994), ‘Dom São Sebastião’ (1996), ‘GUST’ (1997), ‘More’ (1998), ‘À Força’ (1998), ‘Em Troca’ (2001, coreografia para a Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique), ‘My Name is Wilde… Oscar Wilde’ (2001), ‘Silence so Sexy’ (2002), ‘LIVE|EVIL – EVIL|LIVE’ (2005), ‘RIP’ (2010), ‘LOST RIDE’ (2011), ’ANDIAMO!’ (2012) e ‘VELH(A)S’ (2019).
Apresentou espectáculos em co-autoria com Mónica Lapa, Vera Mantero, Carlota Lagido, Herwig Onghena e Vera Mota. Colaborou enquanto coreógrafo em espectáculos de Aldara Bizarro e Sílvia Real e desenvolveu intervenções para obras e exposições de Pedro Cabrita Reis e Francis Bacon, bem como os projectos para espaços não-convencionais ‘Performers Anónimos’ (1999) e ‘Danças Privadas’ (2000).
Dançou com vários coreógrafos, destacando Paula Massano, Meg Stuart/Damaged Goods em ‘Disfigure Study’ (1991) , ‘BLESSED’ (2007), ‘All together Now’ (2009) e ‘UNTIL OUR HEARS STOP’ (2015), Alain Platel/Le Ballets C de la B em ‘Bonjour Madame, comment allez-vous aujourd’hui, il fait beau, il va sans doute pleuvoir, et cætera’ (1993) e Carlota Lagido em ‘Lilith’ (1998) e ‘Self – um auto-retrato em 39 partes’ (2004).
Ensina regularmente no Fórum Dança e em cursos de licenciatura e mestrado das Escolas Superiores de Dança e de Teatro. Orientou workshops em vários países europeus, sul-americanos, asiáticos e africanos. Estudou dança e teatro em Portugal e em Nova Iorque, nomeadamente no Merce Cunningham Dance Studio e Lee Strasberg Theatre Institute. Estudou voz com Lúcia Lemos, guionismo com Luís Falcão e escrita criativa com José Luís Peixoto.