Aerograma Liberdade | TALEGUINHO

“Aerograma Liberdade”, de Catarina Moura (© Cátia Vidinhas)

AEROGRAMA LIBERDADE – UMA CARTA CONCERTO

Mãe: onde fica a guerra? Se as cantigas são testemunhas, vontades, crónicas até, então a História é um imenso cancioneiro. Por isso vai cantar-se (contar-se) a história do soldadinho; e se calhar a da sorte dos justos na terra da injustiça; e também a dos emigrantes que trocaram a terra de nascença por sonhos de bem-viver e saudades.
No fundo de uma gaveta com papéis velhos descobriu-se um aerograma chegado dos lugares do fogo. “Mãe: que papeis são estes?”. Era um molho de aerogramas amarrados com um cordel, dos dias de pais ausentes dos dias dos seus meninos. Alguns voltaram, depois, quando a guerra se acabou. Por causa de uma Revolução dos escritores de aerogramas. Há quase 50 anos, num Abril de cravos, abraços e canções da Liberdade.

Os aerogramas, alcunhados de “bate-estradas”, eram um dos meios de correspondência mais utilizados entre os militares e as famílias durante a Guerra Colonial. Os aerogramas eram transportados e fornecidos gratuitamente aos militares e às suas famílias. Estima-se que tenham sido impressos mais de 300 milhões.
Este espetáculo carta em forma de concerto e com recurso a imagens ilustradas projetadas, constitui-se como um projeto de memória em que através da leitura de aerogramas ficcionados, vamos dando a conhecer a história de uma família separada pela guerra colonial, e que é também a história do Portugal da década de 60/70 até ao 25 de Abril.
Pretendemos que este trabalho de memória musicado seja “o passado por dentro do presente” do verso de Manuel Alegre.

Aerograma Liberdade

MÚSICA
Aerograma Liberdade
TALEGUINHO
22 de Março de 2025
sábado, 11h00
M/5 > 50 min > 5€
[SÁBADOS PARA A INFÂNCIA]

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / bilheteira@aescoladanoite.pt
Bilheteira online

ideia e concepção Catarina Moura, Luís Pedro Madeira e Ricardo Correia
textos dos aerogramas Ricardo Correia (Professor Adjunto IPC/ESEC)
músicos Catarina Moura – voz, Luís Pedro Madeira – guitarra elétrica e guitarra clássica, Quiné Teles – kalimba, balafon, caixa popular, adufe e bombo, Ricardo Grácio – viola beiroa, viola campaniça e flauta transversal

narração vozes Cláudia Carvalho, Miguel Moura Madeira e Ricardo Correia ilustrações e animações Cátia Vidinhas edição de vídeo Luís Pedro Madeira desenho de luz Guilherme Pompeu produção executiva Tarrafo co-produção Teatro da Cerca de São Bernardo e Escola da Noite
Uma encomenda do Município de Loulé para as comemorações do 25 de Abril de 2023.

TALEGUINHO
Cantigas como pedacinhos de tecido, cosidas umas às outras como se fossem dias e noites. Ou como se fossem vidas.Diz a mãe à filha que “esta cantiga de embalar que te cantei há pouquinho, cantava-ma a mim a minha mãe como a mãe dela lha cantava”. Cantigas são, mas são também adivinhas, provérbios e trava-línguas, dizeres – uns – com cara de quem já foi mouro, outros que são passos de judeus. Cantigas, adivinhas, provérbios e trava-línguas que são daqui e dali, de agora e de há tanto tempo, como mosaicos de pano que o tempo teceu e a vida coloriu, memórias de gente antiga. A tingir de vozes os tempos que hão-de vir!

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