O despertar da primavera | Colégio São Teotónio
TEATRO [ESCOLA]
O Despertar da Primavera – tragédia musical juvenil
alunos do 11º ano do Curso de Artes do Espectáculo – Interpretação do Colégio São Teotónio
orientação, adaptação dramatúrgica, concepção cenográfica e de iluminação Cláudia Carvalho direcção musical Nuno Mendes coreografias Leonor Barata direcção de cena e assistência de encenação Clara Carvalho / Cláudia Guia assistência na pesquisa musical e dramatúrgica Carlos Baião contra-regragem, figurinos e adereços Catarina Abreu / Leonor Tavares construção de cenário Sr. Manuel Luís concepção gráfica Miguel D´Eça operação de luz Filipe Ferreira músicos Diogo Alves (Violino, Guitarra Elétrica), Diogo Martins (Violoncelo), Manuel Gaudêncio (Guitarra Clássica), Miguel Feliciano (Baixo), Pedro Mendes (Piano) e Rui Lúcio (Bateria) intérpretes (alunos do 11ºano do Curso Profissional de Artes do Espetáculo-Interpretação / triénio de 2013-16) Alexandre Santos (MORITZ), Alexandre Vieira (MELCHIOR), António Nascimento (HANCHEN), Beatriz Augusto (SRA.BERGMAN), Carlos Baião (ERNST, SR.STIEFEL e SR. GABOR), Catarina Abreu (ANNA), Catarina Espírito Santo (ILSE), Clara Carvalho (WENDLA), Cláudia França (WENDLA), Cláudia Guia (WENDLA), Filipa Domingos (WENDLA), Filipe Barradas (MORITZ), Ilda Martins (ILSE), Inês Santos (SRA BERGMAN), Leonor Tavares (THEA), Maria Mensa (MARTHA), Maria Sousa Teles (MARTHA), Miguel d’Eça (GEORG e DIRETOR), Nádia Matos (SRA. GABOR) e Tatiana Pinheiro (SRA. BERGMAN)
30 de Junho
terça-feira, 21h30
M/12 > 60′ > 3 Euros
A pressão pela perfeição
Tempo de novas primaveras. Tempo de despertar. Depois de quase 125 anos, deviam ser estes os tempos. As crianças deviam poder ter uma infância sem a pressão de ter boas notas. Sem terem que ser os melhores em tudo. E ainda têm que ser os mais bonitos. Os mais populares. Os mais bem vestidos. Os que têm mais amigos nas redes sociais.
A pressão da família condenou Moritz. A pressão da sociedade condenou Wendla. E todos os outros também eles, estão condenados de uma maneira ou de outra. Estão condenados pelo preconceito. Pelo estereótipo do ser perfeito.
Depois de quase 125 anos, devíamos ter razões para afirmar que a razão do suicídio é não ter razão de existir. A tragédia destes jovens é a tragédia de um país sem voz. De uma escola sem alunos. De um deus sem seguidores.
Quantos de nós não temos ou tivemos um Melchior na turma ou no nosso círculo de amigos? Quantos de nós não conhecem um Hanschen e um Ernst cujo amor proibido os leva a ter uma vida em segredo, condenando-se a si próprios? Quantos de nós não somos Wendlas e Moritz sem condições para poder escolher o seu próprio caminho?
É uma tragédia juvenil esta história de um grupo de adolescentes, escrita na Alemanha em 1891, mas que poderia ser em qualquer lugar. Aqui. Hoje.
Abdicam de crescer. Abdicam da identidade. Para serem aquilo que os outros querem que eles sejam. Não os querem a pensar. Não os querem a amar, a seguir os seus sonhos… Não será também isso que nos acontece a todos? Não é preciso ser um jovem de 14 anos, personagem de uma peça alemã. Para isso acontecer, basta viver. Aqui. Hoje. Mas há esperança. Há “senhores disfarçados” que nos levam para a luz. Há alternativas. Há vida, ainda que para isso, outros se tenham sacrificado. Resta saber se a vontade chega. Resta saber se nos aguentamos. Enquanto houver voz, cantaremos. Enquanto nos bater forte o coração, faremos isto. Despertaremos!
Cláudia Carvalho
“Queremos com este espetáculo final, despertar em nós todas as estações, todos os sois e todas as tempestades, as noites e os dias, o fogo e a água. Nós não somos só de uma maneira, somos tudo apesar de às vezes nos sentirmos nada.”
A turma 11t