O Teatro das Beiras apresenta este fim-de-semana em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, “Ay, Carmela!”, de José Sanchis Sinisterra, com encenação de Gil Salgueiro Nave. As sessões têm lugar sexta-feira e sábado, às 21h30.
“Ay, Carmela!” é um dos mais representados textos da dramaturgia espanhola contemporânea. Partindo do título de uma canção popular entre os republicanos durante a guerra civil espanhola (época na qual se situa a acção do espectáculo), Sanchis Sinisterra apresenta-nos dois artistas de variedades – Carmela e Paulino – que são aprisionados pelo Exército Nacional e obrigados a actuar para entreter as tropas e os restantes prisioneiros. Ameaçados de fuzilamento caso não acatem as ordens dos carcereiros, Carmela e Paulino são obrigados a testar os limites da sua dignidade, enquanto cidadãos e artistas. Resistir ou ceder? Pode a arte sobreviver à privação de liberdade? Como lidar com o medo, a raiva, a injustiça, a impotência e o instinto de sobrevivência de que é feita a nossa humanidade? Temas universais e intemporais, que chamam igualmente a atenção do espectador para a importância da memória em relação aos momentos, trágicos e heróicos, de que é feita a história dos países e das comunidades.
José Sanchis Sinisterra (Valência, 1940) é dramaturgo, encenador e professor de teatro. Inúmeras vezes premiado internacionalmente, destaca-se pelo contributo essencial que deu à renovação da dramaturgia espanhola da segunda metade do século XX, nomeadamente com a pesquisa e a experimentação em torno do conceito das “fronteiras da teatralidade” – o intertextual, a implicação do espectador, a meta-teatralidade. Para além dos textos dramáticos que tem escrito, Sinisterra aborda frequentemente a narrativa, tendo trabalhado dramaturgicamente obras de autores como James Joyce, Julio Cortázar, Franz Kafka, entre outros.
Com interpretação de Fernando Landeira e Sónia Botelho, o espectáculo estreou em 2010 no Auditório do Teatro das Beiras, na Covilhã, e tem cumprido uma intensa digressão nacional. Chega agora a Coimbra, onde é apresentado no âmbito da rede Culturbe – Braga, Coimbra e Évora, uma parceria entre o Theatro Circo, o Teatro da Cerca de São Bernardo e o Teatro Garcia de Resende.
texto José Sanchis Sinisterra tradução e encenação Gil Salgueiro Nave cenografia e figurinos Luís Mouro interpretação Fernando Landeira e Sónia Botelho sonoplastia Helder Filipe Gonçalves desenho de luz Vasco Mósa
M/16 > 135′ com intervalo > 6 a 10 € | informações e reservas 239718238
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