um rio

"Jardim", pela Companhia de Teatro de Braga (foto: Paulo Nogueira)

Estive em Coimbra, em Santa Clara. Depois de matinas o padre do mosteiro reteve-me durante muito tempo segurando-me pela mão, em silêncio. Parecia esperar alguma coisa que eu tivesse esquecido de lhe dizer. Mas eu não sabia o quê concretamente, e calava-me também. Então ele próprio disse.

— Não vás ao rio.

— Ao “rio”? — perguntei-lhe. — Qual rio, padre?

Ele virou costas e disse muito depressa:

— Temos aqui um rio — o Mondego.

Jardim, de Alexej Schipenko

(tradução de António Pescada)

HOJE E AMANHÃ NO TCSB

21H30

 

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