Estive em Coimbra, em Santa Clara. Depois de matinas o padre do mosteiro reteve-me durante muito tempo segurando-me pela mão, em silêncio. Parecia esperar alguma coisa que eu tivesse esquecido de lhe dizer. Mas eu não sabia o quê concretamente, e calava-me também. Então ele próprio disse.
— Não vás ao rio.
— Ao “rio”? — perguntei-lhe. — Qual rio, padre?
Ele virou costas e disse muito depressa:
— Temos aqui um rio — o Mondego.
(tradução de António Pescada)
HOJE E AMANHÃ NO TCSB
21H30
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