No teatro é onde ocorre com mais frequência a feliz circunstância de sabermos sem dúvida que alguém, sendo alguém, é um outro, ou, até, ninguém, e que muito do que disso sabemos está precisamente escrito. Ora, no teatro, interessamo-nos não só pela comunicação daquilo que está escrito mas também pela arte de o comunicar, tendo em conta muitas vezes que o terceiro e definitivo dono do que escrevemos é o público, esse predador simpático à espera de presa. (…)
Abel Neves, in “Sei que és astrónomo mas interessa-me falar de hortas”,
Algures entre a resposta e a interrogação, Edições Cotovia, Lisboa, 2002
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