Termina esta noite a passagem pelo Teatro da Cerca de São Bernardo da Mostra de Filme Etnográfico, organizada pela Associação Portuguesa de Antropologia no âmbito do seu VI Congresso.
Para hoje está agendada a exibição de dois documentários que nos mostram dois instrumentos musicais ancestrais: o trompete Iburi, dos índios Ticuna (Brasil), e o Kora (Guiné-Bissau).
A entrada é gratuita. Faça-nos companhia!
MOSTRA DE FILME ETNOGRÁFICO
Sessão “Tocando para o futuro”
3 de Junho
Sexta-feira, 21h30
entrada gratuita
org. Associação Portuguesa de Antropologia (apoio: CMC)
Iburi – Trompete dos Ticuna
de Edson Tosta Matarezio Filho
Brasil, 2014 > 14′ > M/16
Este documentário registra o processo de construção e execução do trompete Iburi, dos índios Ticuna, instrumento que é tocado durante a Festa da Moça Nova, ritual de iniciação feminina dos Ticuna. A moça que menstruou pela primeira vez ficará reclusa até que seja organizada sua Festa, ao final da qual ela sairá da reclusão. Atrás do local de reclusão ficarão os instrumentos que aconselharão a moça. Tais instrumentos não podem ser vistos por mulheres, crianças e principalmente pela moça que está sendo iniciada. Paralelamente à construção do Iburi, o filme mostra a história de To’oena, a “primeira moça nova” que, no tempo do mito, quebrou este tabu e pagou com a própria vida.
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Kora
de Jorge Miguel Correia Carvalho
Guiné-Bissau / Portugal, 2014 >71′ > M/12
Na ficha de catalogação do Museu Nacional de Etnologia de Lisboa resume-se o invulgar objeto mas não se faz ouvir o seu som e toda a história e misticismo de um dos mais importantes instrumentos musicais da África Ocidental, a Kora. Motivo de orgulho de nações que nasceram de tribos sem fronteiras, existem discrepâncias sobre a sua origem. Mas foi durante o apogeu do Reino de Kaabú que muitas das lendas se cruzam. E Kansala, a antiga cidade berço deste imponente reino, pertence atualmente à Guiné-Bissau. Um périplo por terras guineenses percorrendo as estórias da Kora que ouvimos na primeira voz através dos sábios djidius, que pulverizam a imaginação de quem os ouve, transportando-nos além tempo numa atmosfera única entre o real e a ficção por toda uma população que ainda reclama o kora como único e seu.
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