O espectáculo propõe os relatos cruzados de sete personagens, que recordam o seu 25 de Abril e contam o que lhes sucedeu: um operário carregador de mudanças, uma burguesa caridosa, a esposa de um contra-revolucionário, um militante político que foi preso em Caxias, uma camponesa explorada numa quinta, um banqueiro e a governanta do dono da quinta. Cada personagem grita a sua verdade, a sua duplicidade, o seu fervor, a sua fraqueza, o seu desvairamento, a sua inocência. Estas personagens não são heróis, mas pessoas comuns, cheias de contradições, que levam uma vida anónima nas margens dos acontecimentos históricos. Os relatos sincopados de cada testemunha são como na vida: os pormenores, aparentemente estranhos, mas todos implicados na mesma história, juntam-se, pouco a pouco, a um inquérito sobre o 25 de Abril e os acontecimentos que se seguiram. Desta confrontação nascem por certo perguntas inevitáveis com o andar do tempo e à luz da fervura que sacode o país actualmente.
Pierre-Etienne Heymann
TEATRO
Autos da Revolução
textos de António Lobo Antunes
CENDREV / ACTA
montagem e encenação Pierre-Etienne Heymann com a colaboração de Rosário Gonzaga cenário e figurinos Elsa Blin direcção musical e sonoplastia Gil Salgueiro Nave iluminação António Rebocho, assistido por Sergio M. Santafé (estagiário do Instituto del Teatro de Barcelona) interpretação O Escritor: um espectador convidado; Abílio, carregador de mudanças: Mário Spencer; Sofia, burguesa: Rosário Gonzaga; Mimi, esposa de um contra-revolucionário, surda: Maria Marrafa; O Militante, antigo preso político: Bruno Martins; A filha do caseiro do doutor (sogro da Sofia): Tânia da Silva; O Banqueiro, tio de Sofia: Jorge Baião; Titina, governanta do doutor: Rosário Gonzaga; Voz: Rui Nuno
28 e 29 de Maio
quarta e quinta-feira, 21h30
M/12 > 5 a 10 Euros > assinaturas TCSB: 5 entradas, 30 Euros; 10+1 entradas: 50 Euros
Tags: ACTA, António Lobo Antunes, Autos da Revolução, Cendrev