Lars Norén, o dramaturgo sueco mais encenado depois de Strindberg, é cada vez mais autobiográfico. A peça Do amor baseia-se grandemente no seu Diário de um dramaturgo, de 2008). Mas, ao mesmo tempo, Norén é também cada vez mais universal. Em Do Amor, as personagens não têm nomes: são A, B, C D e E, anónimas e permutáveis.
A história é banal: B e C apaixonam-se numa excursão a Lanzarote, e isso modificará as relações entre A e B e C e D, e, consequentemente, as suas vidas futuras – um dos casais tem um filho, o outro casal quer adoptar. Há uma paixão inicial, com encontros às escondidas, mentiras, e as consequentes terapia familiar e separação. As personagens recuam perante a verdade, evitam-na, são incapazes de falar do que realmente importa, perdem-se em obrigações do dia-a-dia.
A história corresponde à experiência de inúmeros casais incapazes de comunicar, sem coragem para tomar decisões e indefesos perante o amor. A peça é escrita como um guião cinematográfico, sem linearidade temporal, com mudanças constantes de cena, e diálogos minimalistas que conferem grande liberdade interpretativa. Para a encenadora Solveig Nordlund, transportar para o palco este testemunho pessoal constituiu um desafio.
29 e 30 de Julho de 2011, sexta e sábado, 21h30
Teatro da Cerca de São Bernardo
Autor: Lars Norén Tradução e Encenação: Solveig Nordlund, com o apoio do Kulturradet – Conselho das Artes da Suécia Cenário e figurinos: Ana Paula Rocha Luz: Acácio Almeida Intérpretes: Joana Brandão, Joana Barcia, Manuel Wiborg, Nuno Nunes, Paulo Guerreiro Co-Produção Teatro Municipal de Almada / Festival das Artes
Espectáculo integrado no Festival das Artes | Mais informações disponíveis aqui.
Tags: Companhia de Teatro de Almada, Do Amor, Festival das Artes, Lars Noren