A Escola da Noite volta a apresentar no TCSB, entre 21 de Junho e 1 de Julho, os espectáculos “Santíssima Apunhalada”, de Antonio Onetti, e “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos. São as últimas oportunidades para assistir, em Coimbra às mais recentes produções da companhia.
Aproveitando o horário alternativo de “Santíssima Apunhalada”, o público volta também a poder usufruir da campanha “Jantar + Teatro”, no Pátio da Inquisição.
A história de “Santíssima Apunhalada” passa-se na Sevilha dos nossos dias. Desenvolve-se a partir do roubo das jóias de uma virgem de muita devoção na Andaluzia – “La Puñalá” – em plena Semana Santa. O Caramá, “ladrão mal encarado”, e Winston, travesti que vende bugigangas com um carrinho ambulante, são as duas personagens desta tragicomédia escrita num “realismo sujo”, como o próprio autor a define.
Antonio Onetti é o mais conhecido dramaturgo contemporâneo da Andaluzia e foi um dos autores participantes nas Jornadas de Dramaturgia Espanhola Contemporânea, que A Escola da Noite organizou entre Dezembro de 2010 e Novembro de 2011. Nascido em Sevilha em 1962, estudou na Escola Superior de Arte Dramática de Madrid e no Centro Nacional de Novas Tendências Cénicas e iniciou a sua carreira teatral pela interpretação, numa companhia de Sevilha. Também professor, leccionou Literatura Dramática e Dramaturgia na Escola Superior de Arte Dramática de Sevilha e orienta regularmente oficinas e seminários de escrita teatral e de guiões para televisão e cinema. Tem mais de 20 peças publicadas, numa obra ecléctica, que abarca diversas categorias de literatura dramática.
O espectáculo d’A Escola da Noite estreou no final de Maio e conta com direcção e interpretação dos actores Miguel Magalhães e Igor Lebreaud. É apresentado sempre ao final da tarde (19h00) e os bilhetes têm um preço único, de apenas 5 Euros.
“O Abajur Lilás”
Também entre 21 de Junho e 1 de Julho, regressa a Coimbra “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos – a co-produção d’A Escola da Noite com o Centro Dramático de Évora, depois da sua participação no V Festival das Companhias e da digressão a Braga.
Três prostitutas partilham o quarto onde vivem e trabalham. Giro, o proprietário do prostíbulo exerce pressão sobre elas para que aumentem a produtividade, socorrendo-se sempre que necessário de Osvaldo, o seu capanga.
Considerada como a mais incisiva das peças que analisaram a situação brasileira durante a ditadura que se seguiu ao golpe de Estado de 1964, “O Abajur Lilás” foi escrita (e proibida pela primeira vez) em 1969. Em 1975, depois de uma segunda proibição, viria mesmo a tornar-se uma bandeira em defesa da liberdade de expressão e contra as diferentes formas de opressão e exploração. Ela servia, nas palavras do crítico brasileiro Sábato Magaldi, “de desnudamento de um período de terror”. O mesmo autor salienta, no entanto, a intemporalidade do tema que, metaforicamente, percorre toda a obra: é “um contundente veredicto contra o poder ilegítimo”.
Com um elenco composto por actores das duas companhias e dirigido por António Augusto Barros, o espectáculo é falado no português em que originalmente foi escrito, carregado da gíria específica de Santos (São Paulo, Brasil), de onde Plínio era natural. Ele tira partido da riqueza da língua portuguesa, oferecendo ao espectador a oportunidade para descobrir palavras e expressões que não fazem parte da sua linguagem quotidiana mas que integram o português amplo que une milhões de pessoas em todo o mundo.
O cenário de “O Abajur Lilás”, concebido por João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano, é outro dos motivos de atracção do espectáculo. Fugindo ao naturalismo sugerido pela peça, ele reforça o carácter opressivo das relações humanas retratadas no texto e acentua a sua universalidade.
Nesta sua segunda e última temporada em Coimbra, “O Abajur Lilás” está em cena de quinta a sábado às 21h30 e aos domingos às 19h00, com bilhetes entre os 5 e os 10 Euros.
De quinta a sábado, os espectadores voltam a poder usufruir da campanha “Jantar+Teatro”, uma iniciativa d’A Escola da Noite e do Restaurante O Pátio. Por 13 ou 18 Euros, é possível jantar e assistir a um ou aos dois espectáculos, respectivamente.
teatro
Santíssima Apunhalada
de Antonio Onetti
A Escola da Noite
21 de junho a 1 de Julho
quinta a domingo, 19h00
M/12 > 30′ > 5 Euros
teatro
O Abajur Lilás
de Plínio Marcos
A Escola da Noite / CENDREV
21 de Junho a 1 de Julho
quinta a sábado, 21h30 > domingos, 16h00
M/16 > 1h40 com intervalo > 5 a 10,00
informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
Tags: António Augusto Barros, Antonio Onetti, Cendrev, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães, O Abajur Lilás, Plínio Marcos, Santíssima Apunhalada
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