Em 1963, José Rubem Fonseca, na altura com 38 anos, lança o primeiro livro. “Os Prisioneiros” é o título da obra que reúne 11 contos e que marca o início da longa carreira deste autor brasileiro e dele disse, de imediato, Wilson Martins que era “um escritor que traz[ia] a literatura no sangue”.
Outro crítico, João Alexandre Barbosa, observa no estilo deste novo autor, duas maneiras distintas de narrar dizendo que “se num conto como ‘Fevereiro ou Março’, nos encontramos subitamente imersos em um universo criado por uma torrente de sensações, emoções e cálculos pegajosamente entranhados na consciência da personagem, no outro, como ‘Duzentos e vinte e cinco gramas”‘, por exemplo, a arte do contista parece violentar os limites da narração, criando pequenos quadros de descrição objetiva, jogando, por assim, dizer a palavra contra o reino da precisão e da síntese.”
A descrição da cidade, uma das marcas da obra de Rubem Fonseca, é amplamente elogiada desde logo nas histórias de ”Os Prisioneiros”. “Poucos ficcionistas são capazes de descrever a vida das grandes cidades como verdadeiramente uma selva trágica, em que o quotidiano aparece como um conjunto de ciladas fatais e irreversíveis.” (in O carácter social da literatura brasileira, de Fábio Lucas)
Veja aqui uma cópia de uma crítica de 1963 ao livro do autor cujos contos são a matéria da segunda co-produção d’A Escola da Noite com a Companhia de Teatro de Braga.
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