Oitavo segredo
Arrancar-se ao peso do caminho.
Espreitar, ver a cidade do céu, atravessar um sonho indiscreto
Vertigem, levantar voo, rodopiar, ser leve e não conseguir estar de pé, viver na cortina do sonho
Atravessar o vidro do mundo.
Segredo coreográfico para dançar (aqui)
O eixo do corpo é uma linha que o atravessa. Do centro irradiam para a periferia ligações que podemos comparar ao pulsar de uma estrela-do-mar. São estas ligações que permitem ao nosso corpo assegurar-se e segurar-se nos fios do espaço.
Ponha os dois pés no chão. Lentamente, transfira o peso do corpo só para um pé. Sinta como o outro fica leve.
Leve o pé a deslizar sobre o chão. Lentamente, transfira o peso do corpo só para um pé. Sinta como o outro pé fica leve.
Leve o pé a deslizar sobre o chão, a sobrevoá-lo, a atravessar o ar e a esvoaçar, sem rumor. (Caso tenha dificuldade, peça a alguém que o ampare.)
Depois repita com o outro pé.
Sente-se e sinta-se leve.
Deite-se e sinta-se leve.
Sopre e inspire de várias maneiras. Deixe que diferentes partes do seu corpo sejam empurradas e sugadas pelos vários sopros e inspirações. Quando chegar a casa, deite-se na borda da cama e veja o abismo que o separa do chão.
Depois, deixe escorregar a cabeça para fora do colchão e veja o seu quarto ao contrário. Tudo flutua, tudo venceu sobre a gravidade.
* até 16 de Maio, A Escola da Noite publica algumas das fotografias que integram a exposição “uma carta coreográfica“, bem como os segredos e as fábulas que compõem cada um dos seus 18 painéis. Com “corpo que levita” prosseguimos na primeira estação: “O corpo como adivinha”. Para visitar no TCSB, de segunda a sexta (10h00-13h00 e 14h00-19h00) e aos sábados (14h30-19h00).