A Escola da Noite acolhe no TCSB, no domingo e na segunda-feira, a Mostra Itinerante do Festcineamazônia, que inclui a exibição de uma dezena e meia de filmes e documentários sobre a realidade cultural e ambiental da Amazónia. A organização é do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e a entrada é gratuita.
No âmbito do colóquio internacional “As lutas pela Amazónia no início do milénio”, o CES traz a Coimbra a mostra itinerante do Festival CineAmazônia, com uma selecção de 15 filmes recentemente realizados, com temas que vão desde os efeitos das alterações climáticas e das monoculturas intensivas na floresta amazónica aos processos de emancipação dos povos indígenas, passando pela abordagem de diferentes momentos históricos da cultura amazónica. Organizado desde 2003 na cidade de Porto Velho (Rondónia), o Festcineamazônia tem como principal objectivo divulgar a produção cinematográfica e documental de tema ambiental. De acordo com os seus responsáveis, o festival “exibe e pensa o meio ambiente”, procurando “colocar a arte e a técnica da sétima arte ao serviço da preservação da natureza e da sustentabilidade da vida no planeta”. Na sequência de cada edição (a última aconteceu em Novembro de 2011) é preparada uma mostra itinerante para ser exibida noutras cidades e estados brasileiros e internacionalmente. É essa mostra que agora chega a Coimbra, por iniciativa do CES, antecedendo o colóquio internacional “As lutas pela Amazónia no início do Milénio”, que terá lugar nesta cidade nos dias 27 e 28 de Março.
“Marabala”
O programa do festival inclui a exibição de 14 filmes, nas tardes e nas noites de 25 e 26 de Março. Entre os filmes escolhidos está, por exemplo, “Toxic: Amazônia” (dia 25, domingo, às 16h44), o documentário produzido pela VICE a propósito da desmatação de grandes áreas na região e dos assassinatos dos ambientalistas José Claúdio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em Maio de 2011. Os realizadores (Bernardo Loyola e Felipe Milanez) chegaram à cidade de Marabá um mês depois dos acontecimentos e acompanharam a investigação do caso e o fecho de algumas madeireiras ilegais, visitaram um acampamento do Movimento dos Sem Terra e conheceram escravos que conseguiram escapar. O documentário comprova a violência existente na cidade que os locais chamam de “Marabala” (mistura de “Marabá” com “Bala”). Numa outra perspectiva, o documentário “Soja: em nome do progresso” (dia 26, segunda-feira, às 18h58), produzido pela Greenpeace, convida o espectador a reflectir sobre os impactos socioambientais que a expansão do cultivo da soja está a causar na região de Santarém, no Estado do Pará.
No início de cada dia (às 15h00 no domingo e às 17h00 na segunda-feira), haverá ainda um momento musical, com a participação do músico e professor da Universidade Federal da Universidade de Roraima Eliakim Rufino. A entrada é gratuita, mas é possível fazer reserva de lugares pelos contactos habituais do Teatro da Cerca de São Bernardo (239 718 238 / geral@aescoladanoite.pt). A programação completa está disponível no blogue d’A Escola da Noite e no site do colóquio internacional.
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