Coimbra acolhe no próximo dia 29 de Março pelas 21h30, o lançamento do último número da Revista Galega de Teatro (RGT). A iniciativa é da Cena Lusófona, inserindo-se em mais uma “A Cena no Café”, desta vez no bar do Teatro da Cerca de São Bernardo. Este número da RGT inclui a edição inédita em português da peça “Nunca estive em Bagdad” do dramaturgo e romancista Abel Neves e na sessão será feita uma leitura de excertos da obra pelos actores d’A Escola da Noite.
Este é o número 65 da RGT, correspondente ao inverno 2010-2011. Com a publicação da peça “Nunca estive em Bagdad”, a revista galega aproxima-se ainda mais da dramaturgia portuguesa, reforçando a aposta no intercâmbio com o mundo da lusofonia.
Para além da peça portuguesa, este volume integra ainda o trabalho sobre manipulação de objectos elaborado por Rene Baker, o artigo de Manuel Lourenzo sobre Luís Seoane e o trabalho de Xosé Manuel Pazos sobre o XXV aniversário da companhia asturiana Teatro del Norte. Na secção “Temas”, destaque para o artigo de Manuel Vieites sobre Compnhias Residentes e as reflexões de Afonso Becerra sobre o poder dos grandes nomes nas artes cénicas. O espaço “Dança” é preenchido pela entrevistaà directora do Centro Coreográfico Galego (Mercedes Soarez), enquanto a “Entrevista” é dedicada a Blanca Cendán, directora do Centro Dramático Galego. Para além das habituais páginas reservadas aos “Festivais” e “Livros”, este número dá especial destaque ao tema “em memória”, dedicado a Suso Diaz, actor e cenógrafo do Sarabela Teatro recentemente desaparecido. A secção “Espectáculos” inclui as críticas a “In”, da Elefante Elegante e “Life is a paripé”, da Obras Públicas.
A Revista Galega de Teatro existe desde 1983 (embora façam parte do seu percurso nomes diferentes como título) e surgiu na Corunha com o objectivo de divugar informação teatral por todo o país. Tem uma periocidade trimestral e mantém há vários anos relações de colaboração com a Cena Lusófona, nomeadamente no âmbito dos Encontro Internacionais sobre Políticas de Intercâmbio e dos Encontros Ibéricos de Revistas de Teatro.
“Nunca estive em Bagdad” de Abel Neves
Abel Neves é um dramaturgo e romancista português com mais de 25 peças teatrais publicadas e encenadas, dentro das quais “Jardim Suspenso”,contemplada em 2009 com o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva. Para além do teatro, é autor ainda de sete romances, ao que junta a edição de poesia e ensaios.
A obra “Nunca estive em Bagdad”, da sua autoria, está já traduzida em Alemão, Árabe, Castelhano, Francês, Húngaro, Inglês, Polaco e Romeno. Transporta-nos para um universo íntimo de duas pessoas, um casal, onde o quotidiano se desenrola numa normalidade que contrasta apenas com um elemento alheio aos interesses comuns: um ecran de televisão. Embora já tenha sido apresentada em Portugal (Beja), Espanha, Bélgica e Luxemburgo e também já tenha contado com leituras encenadas e públicas em França, Escócia, Alemanha, Hungria e Polónia, a peça ainda não tinha sido editada em Português. Na sessão de apresentação, actores da companhia de teatro A Escola da Noite farão uma leitura pública de excertos da obra.
Depois de Coimbra, o lançamento do número 65 da Revista Galega de Teatro será feito também em Braga, no Theatro Circo, no dia 11 de Abril.
Tags: Abel Neves, Nunca estive em Bagdad, Revista Galega de Teatro