Quando o espectáculo estreou no Teatro Camões, em Janeiro de 2010, a jornalista e crítica de dança Cláudia Galhós escreveu no Expresso: “É pena a distância que separa a plateia do palco, porque esta peça é feita de um olhar próximo, à procura da pessoa que por vezes se esconde por trás de um vislumbrar da personagem. Em ‘Electra’, o espanto maior surge no jogo de procura de um outro corpo, rastejante, resistente, maravilhoso nas imagens que constrói, sempre mulher, sempre dramático, mas de algum modo desconcertante e belo, virado do avesso.”

Agora, no TCSB, Olga Roriz e a sua Electra estão – literalmente – a dois passos de si.

Até logo!

Foto de Rodrigo de Souza

Uma breve antecipação do que poderão ver amanhã à noite: Electra, de Olga Roriz, abrindo a residência artística da sua companhia no TCSB.

Olga Roriz inicia a residência artística em Coimbra esta terça-feira à noite, com a apresentação do solo “Electra”, que ela própria interpreta.

Foto de Rodrigo de Souza

“Electra” estreou em 2010, em co-produção com o Teatro Nacional de São João. É um dos mais recentes espectáculos a solo criados e interpretados pela coreógrafa, que assume este tipo de peças como momentos “de encontro e confronto consigo própria”. Os seus solos, afirma, nascem de “uma urgência, de uma evidente necessidade”, da invasão de uma ideia que se instala e a impele a um desafio sem retorno.
Em Electra – a misteriosa e contraditória figura da mitologia grega – Olga Roriz encontra “a inquietação latente” que percorre todo o espectáculo. “É uma mulher que não pensa nem sente. Ela tortura-se, obriga-se, anula-se… Castiga-se a passar o tempo congeminando uma nova forma de agir, de estar, de se lamentar, de se preparar, de lutar… de jamais se esquecer”, escreve a coreógrafa no texto “A minha Electra”, que apresenta o espectáculo.
“Dispondo-se” em palco, como mulher e criadora, Olga Roriz apresenta-nos um espectáculo onde “não há resignação, não há desistência, apenas por vezes uma espécie de falso e tranquilo abandono. Ela [a sua Electra] mostra sem pudor a sua força e a sua fraqueza, a sua nobreza e a sua humilhação”, afirma a coreógrafa.
A apresentação no Teatro da Cerca de São Bernardo (dia 18, às 21h30) dá início à residência artística da Companhia Olga Roriz, organizada pel’A Escola da Noite, companhia residente e programadora deste espaço. Até 26 de Outubro, o público vai ainda poder assistir a mais dois espectáculos – Nortada, a 21 e 22, e PETS, a 25 e 26 – e disfrutar de um programa que inclui uma masterclass, exibição de filmes, uma exposição de fotografia e conversas com os espectadores.
Os bilhetes para os espectáculos estão já à venda e podem ser reservados por telefone (239 718 238) ou e-mail (geral@aescoladanoite.pt). Os preços variam entre os 6 e os 10 Euros (na compra para um só espectáculo) e os 15 e os 24 (bilhete geral para os três espectáculos).

ELECTRA
18/10
terça-feira, 21h30

coreografia e interpretação Olga Roriz dramaturgia, selecção musical, figurino Olga Roriz e Paulo Reis cenário Paulo Reis desenho de luz Clemente Cuba desenho, captação de som e pós-produção áudio Sérgio Milhano técnico de som Sérgio Milhano técnico de luz Daniel Verdades ensaiador Pedro Santiago Cal assistente da direcção Laura Moura assistente de guarda-roupa, cenário e adereços Maria Ribeiro costureira Florinda Inácio construção do cenário Gaspar Sousa director de produção Pedro Quaresma produtora executiva Teresa Brito co-produção Companhia Olga Roriz e Teatro Nacional de São João

estreia a 28 de Janeiro de 2010 no Teatro Camões, Lisboa

M/12 > 60′ > 6 a 10 € > bilhete geral para os três espectáculos da residência: 15 a 24 €