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Dezembro no TCSB: o ano ainda não acabou!

Segunda-feira, Dezembro 2nd, 2013

Teatro, documentários e debates marcam a programação de Dezembro do TCSB, que inclui o regresso a Coimbra, há muito esperado pelo público da cidade, do espectáculo “Novas diretrizes em tempos de paz”, de Bosco Brasil. Merecem ainda destaque o espectáculo da Companhia de Teatro de Braga – “Conversa com o Homem Roupeiro” – e as diversas colaborações com instituições da cidade, como o Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura, o Centro de Estudos Sociais, a UMAR e a Filarmónica União Taveirense.

Igor Lebreaud, "Novas diretrizes em tempos de paz" (foto de ensaio de Eduardo Pinto)

Igor Lebreaud, “Novas diretrizes em tempos de paz” (foto de ensaio de Eduardo Pinto)

“Novas diretrizes em tempos de paz”, a comovente peça de Bosco Brasil que A Escola da Noite estreou no final de Janeiro e cumpriu ao longo do ano uma intensa digressão nacional e internacional, volta ao TCSB no dia 6 de Dezembro, para já numa única sessão especial, no âmbito do evento “Cultura ao Centro – apresentação de resultados Mais Centro 2013”, organizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC). O TCSB foi uma das entidades beneficiárias deste quadro comunitário de apoio, com o projecto CULTURBE – a rede de programação que construiu com o Teatro Garcia de Resende, de Évora, e o Theatro Circo de Braga e que permitiu a apresentação em Coimbra de dezenas de espectáculos e vários workshops entre 2010 e 2013. A CCDRC escolheu-o para palco da sessão anual de apresentação de resultados do programa operacional Mais Centro, que inclui intervenções dos responsáveis envolvidos, a entrega de prémios aos promotores que se destacaram e a apresentação de espectáculos ou apontamentos artísticos por parte de alguns dos agentes culturais da Região que dinamizaram acções financiadas. Para além d’A Escola da Noite, participarão na iniciativa, que decorre ao longo da tarde e da noite dessa sexta-feira, o Teatro Viriato, o Teatro Cine de Torres Vedras, o Teatro Virgínia de Torres Novas, a ACERT, de Tondela, e a Empresa Municipal de Cultura de Seia.

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Homenagem a Chico Mendes
Dezembro fica também assinalado por uma nova parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES). Desta vez, o TCSB acolhe a primeira parte de uma mostra cinematográfica de homenagem ao activista brasileiro Chico Mendes, assassinado no Acre (Brasil) há precisamente 25 anos. O programa completo da iniciativa estende-se ao longo de dois dias e também à Casa das Caldeiras. A parte que tem lugar no TCSB (4 de Dezembro, a partir das 19h00) inclui a exibição de 3 documentários e um debate com o investigador Vicente Ríos.

Conversa com o Homem Roupeiro
A Companhia de Teatro de Braga regressa também a Coimbra este mês, com um dos espectáculos emblemáticos do seu percurso: “Conversa com o Homem Roupeiro”, de Ian McEwan. A “instalação teatral” é de autoria de Rui Madeira e Alberto Péssimo e desafia o espectador com o “humor requintadamente negro” do texto, retirado de um conto de McEwan publicado em 1975. Nascido em 1948, Ian McEwan é um dos mais conceituados autores britânicos e foi distinguido com vários prémios ao longo da sua carreira, entre os quais o “Man Booker Prize”, em 1998, pela obra “Amsterdam”.

Flores de Livro e Filarmónica União Taveirense
Dezembro é ainda o mês da última edição de 2013 de “Flores de Livro” – leitura de contos para as crianças por Cláudia Sousa. Terá lugar, como habitualmente, no primeiro sábado (dia 7), pelas 11h00.
A programação completa-se com o acolhimento de uma reunião aberta do Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura (2 de Dezembro), um debate sobre o sexismo nas praxes académicas promovido pela UMAR (10 de Dezembro) e um concerto da Filarmónica União Taveirense, no dia 15 de Dezembro (domingo, às 17h00), que actua pela primeira vez neste palco.

Assinaturas TCSB e Livraria do Teatro
A pretexto da aproximação do Natal, A Escola da Noite aproveita para relembrar duas boas hipóteses de prendas originais que os seus espectadores podem oferecer a familiares e amigos: as assinaturas TCSB (conjuntos de 5 ou 11 bilhetes para espectáculos, a utilizar durante 1 ano, por 30 ou 50 Euros) e as dezenas de livros de teatro que estão à disposição na Livraria do TCSB, aberta diariamente ao público.

 

Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra
Programação de Dezembro

REUNIÃO
Reunião do Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura
02 de Dezembro
segunda-feira, 21h30
bar do TCSB > entrada livre
org. Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura

DOCUMENTÁRIOS
Chico Mendes, eu quero viver
realiz. Adrian Cowell (1989)
Financiando o Desastre: Com Chico Mendes
realiz. Adrian Cowell (1987)
04 de Dezembro
quarta-feira, 19h00
56′ + 15′ > entrada gratuita (limitada à lotação da sala)
org. Centro de Estudos Sociais (CES), Oficina Ecologia e Sociedade e European Network of Political Ecology – Entitle (em parceria com: IGPA PUC de Goyas), no âmbito da iniciativa “Ecologia e lutas sociais: homenagem a Chico Mendes (1944-1988)”

DEBATE
Filmando Chico Mendes
com Vicente Rios (IGPA/PUC/GO)
04 de Dezembro
quarta-feira, 20h45
entrada gratuita (limitada à lotação da sala)
org. Centro de Estudos Sociais (CES), Oficina Ecologia e Sociedade e European Network of Political Ecology – Entitle (em parceria com: IGPA PUC de Goyas), no âmbito da iniciativa “Ecologia e lutas sociais: homenagem a Chico Mendes (1944-1988)”

DOCUMENTÁRIO
Delta Force
realiz. Glen Ellis (1995)
04 de Dezembro
quarta-feira, 22h30
56′ > entrada gratuita (limitada à lotação da sala)
org. Centro de Estudos Sociais (CES), Oficina Ecologia e Sociedade e European Network of Political Ecology – Entitle (em parceria com: IGPA PUC de Goyas), no âmbito da iniciativa “Ecologia e lutas sociais: homenagem a Chico Mendes (1944-1988)”

CONFERÊNCIA
“Cultura ao Centro – sessão pública de apresentação de resultados Mais Centro 2013”

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com intervenções de Pedro Saraiva, Manuel Machado, Celeste Amaro e a demonstração de projectos apoiados por parte de: Centro de Artes e Espectáculos de Viseu, Teatro Virgínia (Torres Novas), Teatro Cine de Torres Vedras e ACERT (Tondela)
06 de Dezembro
sexta-feira, 14h00 – 18h00
entrada livre
org. Mais Centro / Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro

TEATRO
“Novas diretrizes em tempos de paz”
de Bosco Brasil
pel’A Escola da Noite
MÚSICA
“A OCP t[r]oca música com miúdos e graúdos”
OCP – Orquestra de Câmara Portuguesa e músicos das bandas filarmónicas do concelho de Seia
CULTREDE / Empresa Municipal de Cultura da Região de Seia
06 de Dezembro
sexta-feira, 21h30
entrada gratuita (limitada à lotação da sala)
org. Mais Centro / Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro, no âmbito da iniciativa “Cultura ao Centro – sessão pública de apresentação de resultados Mais Centro 2013”

LEITURA DE CONTOS / EXPOSIÇÃO-VENDA DE LIVROS PARA A INFÂNCIA
Flores de Livro?
por Cláudia Sousa
7 de Dezembro
sábado, 11h00
bar do TCSB > 60′ > M/4 > 3 Euros; 5 Euros (criança + adulto)

DEBATE
“Sexismo e violência(s) na praxe académica”
10 de Dezembro
terça-feira, 21h00
bar do TCSB > entrada livre
org. UMAR – Núcleo de Coimbra

TEATRO
Conversa com o Homem-Roupeiro
de Ian McEwan
pela Companhia de Teatro de Braga
12 a 14 de Dezembro
quinta a sábado, 21h30
70′ > M/16 > 5 a 10 Euros

MÚSICA
Filarmónica União Taveirense e solistas convidados
15 de Dezembro
domingo, 17h00
90′
org. FUT / Câmara Municipal de Coimbra

informações e reservas:

239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Comunicado do Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura

Segunda-feira, Abril 15th, 2013

Na sequência da concentração e do comunicado do passado dia 12 de Abril, o Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura foi recebido na sexta-feira à tarde por Celeste Amaro, Directora Regional da Cultura do Centro.
Saímos deste encontro, solicitado por nós, com preocupações acrescidas em relação aos motivos que nos levaram a convocar o protesto nacional da semana passada, a propósito da publicação dos resultados dos concursos de apoio da Direcção-Geral das Artes.

Quanto ao facto de os resultados destes concursos significarem uma quebra de 41% em relação aos montantes atribuídos em 2009 e terem como consequência o fim do apoio público a diversas estruturas profissionais de criação e programação, a Directora-Regional remete a responsabilidade para a tutela mas mostra-se conformada com a situação, exemplificando com os cortes que a própria instituição que dirige foi obrigada a fazer por constrangimentos orçamentais da Secretaria de Estado da Cultura. Cortes esses, acrescentou, que têm impedido a abertura dos programas de apoio à acção cultural da própria DRCC, que não sabe se e quando irá retomar.

Quanto ao facto de a Região Centro ser mais penalizada do que a média nacional nos concursos da DGArtes, tanto na comparação com 2009 (quebra de 47% nos apoios atribuídos) quanto tendo como referência os apoios previstos para a Região no momento de abertura dos concursos (entretanto “desviados” para outras regiões), Celeste Amaro afirmou não estar satisfeita com os resultados mas mostrou-se incapaz de fornecer uma explicação para o sucedido, argumentando que a DRCC não foi consultada sobre esta decisão. Contrariando todos os discursos e intenções anteriormente manifestadas pelo Governo, os resultados apresentados agravam as assimetrias regionais no país, algo a que a Direcção Regional de Cultura do Centro parece indiferente.

Mais grave ainda, no entanto, é o facto de pela segunda vez (quatro meses depois de o ter feito numa sessão pública no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha) ter “alertado” os agentes culturais para a “possibilidade” de os valores agora atribuídos não virem a ser pagos na íntegra, em função de eventuais cortes adicionais que venham a ser decididos pelo Governo no decorrer no ano. Deu como exemplo a situação ocorrida em 2012, em que a DGArtes alterou unilateralmente os contratos que havia celebrado com as estruturas apoiadas, reduzindo o montante atribuído em 38%. A repetir-se uma situação deste género em 2013, e para além dos efeitos devastadores sobre o tecido cultural português, isso destruiria definitivamente a relação de confiança entre sociedade civil e Estado, indispensável ao correcto funcionamento de uma sociedade democrática.

Em resposta às críticas apresentadas pelo Manifesto em Defesa da Cultura quanto ao crescente desinvestimento público na Cultura (que actualmente representa apenas 0,1% do Orçamento Geral do Estado), Celeste Amaro aponta como única solução a procura de parcerias no sector privado, subscrevendo assim a tese dos que defendem e praticam a desresponsabilização do Estado nesta matéria.

Perante este conformismo e a falta de soluções manifestados pela representante da Secretaria de Estado da Cultura na Região Centro, o Manifesto em Defesa da Cultura reafirma a sua intenção de continuar a lutar pelo investimento público na cultura, como única forma de assegurar uma efectiva democratização cultural e o cumprimento do direito à criação e fruição artística, constitucionalmente reconhecido.
Recusamos a continuação de uma política que desvaloriza cada vez mais a actividade cultural no conjunto das políticas do Estado e não nos resignamos perante discursos conformados, chantagens ou ameaças veladas.
Queremos 1% do Orçamento Geral do Estado para a cultura e uma política cultural que cumpra o disposto na Constituição!

Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura
Coimbra, 14 de Abril de 2013

A cultura em trabalhos: conversa sobre a dança

Terça-feira, Março 19th, 2013

Prossegue esta semana, em Coimbra, o ciclo “A cultura em trabalhos”, organizado pelo Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura.

Amanhã, às 18h00, Joana Providência, Mário Carvalhal e Verônica Pimentel juntam-se a Leonor Barata na Casa da Escrita para a terceira conversa do ciclo. Às 21h30, o projecto D apresenta, no mesmo espaço, o espectáculo “De Ombro na Ombreira”, a partir de Alexandre O’Neill, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Poesia.

A entrada é livre (e muito recomendada).

Juntos a 2 de Março

Quarta-feira, Fevereiro 27th, 2013

O Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura, de que A Escola da Noite faz parte, associa-se à manifestação “Que se lixe a troika – o povo é quem mais ordena!”

Transcrevemos na íntegra o texto que foi hoje publicado.

 

Juntos e Unidos

No dia 2 de Março vamos sair à rua. Juntos entre nós, criadores e fruidores da cultura, e unidos com todos os que entendem que não faz sentido prolongar por mais tempo a agonia e a injustiça a que o país está sujeito, a pretexto do memorando com a troika.

Defendemos, no manifesto em defesa da cultura, que esta é um elemento fundamental na formação dos indivíduos e da vida em comunidade. A prática e o contacto regular com as diferentes formas de expressão artística e com o conhecimento que a cultura gera estimula a criatividade, o espírito crítico e a participação cívica dos cidadãos, contribuindo desta forma para a construção de sociedades mais abertas, mais livres, mais justas, mais solidárias.

A coberto de uma suposta inevitabilidade e para pagar dívidas que os cidadãos não contraíram, assistimos à desestruturação económica e social do país, com um escandaloso aumento das desigualdades e a imposição de sacrifícios que não só estão longe de ser iguais para todos como afectam repetidamente a mesma parte da população e proporcionam lucros astronómicos a quem especula, dentro e fora de Portugal. No meio da avalanche que se abateu sobre os direitos sociais dos portugueses, o direito à criação e à fruição cultural é apenas mais um entre aqueles a que nem a Constituição parece valer.

Ordenada a partir do exterior, esta destruição é aceite e concretizada pelos governantes nacionais, que deveriam defender os interesses de quem os elegeu. Perante esta atitude, as políticas já adoptadas e as constantes ameaças de que irão ainda mais longe na sua cega “austeridade”, cabe aos cidadãos dizerem-lhes – nas ruas, nas urnas, e em todo o lado – que foram longe demais. Que, ao contrário deles, não nos conformamos com o empobrecimento imposto à maioria para reforçar os privilégios de quem mais tem; que não nos resignamos perante as injustiças nem trocamos o Estado social abrangente por um estado mínimo ou pela caridade condescendente; que não mandatámos os governantes para se apropriarem, ou deixarem que outros se apropriem, dos bens e serviços públicos que são de todos.

A 2 de Março, lutamos em defesa de direitos conquistados e indissociáveis. Pelo direito à cultura, que nos levou a assinar o Manifesto, mas também pelo direito ao trabalho, o direito à saúde, o direito à educação, o direito à habitação, o direito à protecção social. É nestes direitos e na sua crescente abrangência que queremos que a nossa sociedade continue a assentar.

Nestes, e em mais um, essencial em democracia: o direito a ter um governo que não governe contra o povo.

 

Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura

 

CONCENTRAÇÃO DOS MEMBROS E APOIANTES

DO MANIFESTO EM DEFESA DA CULTURA

Porta de carga do TAGV, Rua Oliveira Matos

sábado, 2 de Março, 14h30

em defesa da cultura: debate sobre o cinema hoje à noite em Coimbra

Sexta-feira, Fevereiro 8th, 2013

Tem lugar hoje à noite, na Casa das Caldeiras, o segundo debate do ciclo “A cultura em trabalho(s)”, organizado pelo Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura. Depois do teatro, é o cinema a arte em destaque.

Começa às 21h30 e inclui a projecção do filme “Cerro Negro”, de João Salaviza. O debate é iniciado por António Ferreira, Susana Duarte, Bárbara Janicas e Sérgio Dias Branco, mas aberto a todos os que quiserem aparecer.

Até logo!