Posts Tagged ‘José Rubem Fonseca’

ESTREIA HOJE!

Quarta-feira, Maio 19th, 2010

Estreia esta noite 1JOSÉ a terceira parte da “trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca”. “Agora você (ou José e os seus irmãos)”, “Passeio Noturno I”, “O Cobrador”, “Raimundinha”, “O Outro”, “A Escolha”, “Passeio Noturno II” e “Hildete” são os textos apresentados até sábado no Pequeno Auditório do Theatro Circo, em Braga, sempre às 21h30. Faça-nos companhia!

Trilogia 1.José 2.Rubem 3.Fonseca

1JOSÉ     19 a 22 de Maio

co-produção d’A Escola da Noite e da Companhia de Teatro de Braga. Espectáculos para maiores de 16 anos.
nformações e reservas pelo telefone 253 203 800.

textos  Rubem Fonseca encenação António Augusto Barros elenco Allex Miranda | António Jorge | Carlos Feio | Igor Lebreaud Lina Nóbrega | Maria João Robalo | Mário Montenegro | Miguel Magalhães | Rogério Boane | Sílvia Brito | Solange Sá figurinos Ana Rosa Assunção desenho de luz Jorge Ribeiro som Eduardo Gama

“1José” estreia em Braga esta quarta

Segunda-feira, Maio 17th, 2010

A Companhia de Teatro de Braga e A Escola da Noite informam que, por motivos técnicos, a estreia de 1José, a última parte da “Trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca”, foi adiada para quarta-feira (19 de Maio), às 21h30, no Pequeno Auditório do Theatro Circo, em Braga. Desta vez os contos do autor brasileiro são “Agora você (ou José e os seus irmãos)”, “Passeio Noturno I”, “O Cobrador”, “Raimundinha”, “O Outro”, “A Escolha”, “Passeio Noturno II” e “Hildete”.

Trilogia 1.José 2.Rubem 3.Fonseca

1JOSÉ     19 a 22 de Maio

co-produção d’A Escola da Noite e da Companhia de Teatro de Braga. Espectáculos para maiores de 16 anos.
Informações e reservas pelo telefone 253 203 800.

textos  Rubem Fonseca encenação António Augusto Barros elenco Allex Miranda | António Jorge | Carlos Feio | Igor Lebreaud Lina Nóbrega | Maria João Robalo | Mário Montenegro | Miguel Magalhães | Rogério Boane | Sílvia Brito | Solange Sá figurinos Ana Rosa Assunção desenho de luz Jorge Ribeiro som Eduardo Gama

sobre Rubem Fonseca

Terça-feira, Maio 11th, 2010

Rubem Fonseca

Na segunda co-produção, A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga exploraram o universo literário de Rubem Fonseca. A intensidade dos seus contos e o entusiasmo que envolveu todo o processo criativo levou a que em vez de um único espectáculo, uma trilogia de espectáculos fosse produzida.

Para conhecer (e entusiasmar-se como nós…) o universo do autor brasileiro visite o portal Rubem Fonseca, onde para além da bibliografia, encontra críticas, crónicas e até excertos dos seus contos

Depois de Coimbra, a Trilogia está no Pequeno Auditório do Theatro Circo de Braga, onde hoje começa a apresentação da segunda parte – 2Rubem.

Trilogia 1.José 2.Rubem 3.Fonseca

2RUBEM  11 a 16 de Maio
1JOSÉ     18 a 22 de Maio

Espectáculos para maiores de 16 anos.
Informações e reservas pelo telefone 253 203 800.

textos  Rubem Fonseca encenação  António Augusto Barros elenco  Allex Miranda | António Jorge | Carlos Feio | Igor Lebreaud | Lina Nóbrega | Maria João Robalo | Mário Montenegro | Miguel Magalhães | Rogério Boane | Sílvia Brito | Solange Sá figurinos Ana Rosa Assunção desenho de luz  Jorge Ribeiro som Eduardo Gama

amanhã, estreia em Braga 2Rubem da trilogia Rubem Fonseca

Segunda-feira, Maio 10th, 2010

O Buraco na Parede

Estreia amanhã, terça, às 21h30, o segundo espectáculo da Trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca que A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga estão a apresentar ao público no Theatro Circo.

Prossegue assim a exploração do universo literário do autor brasileiro, com a adaptação cénica de mais de duas dezenas dos seus contos, numa mostra propositadamente abrangente da sua vastíssima obra. Desta feita, 2 Rubem, as companhias propõem a apresentação de mais cinco narrativas, com os sugestivos títulos “O Buraco na Parede”“Caderninho de Nomes”, “Eu seria o homem mais feliz do mundo se pudesse passar uma noite com você”, “Copromancia” e “Soma zero”.

Ao longo dos três espectáculos, esta co-produção entre as companhias de Coimbra e Braga destaca alguns dos mais distintivos traços da escrita de Rubem Fonseca – a violência latente, o desejo, a solidão e a dificuldade de comunicação com o outro que tantas vezes marcam a vida nas grandes cidades –, valorizando a sua mestria enquanto contador de histórias. Uma marca, aliás, que a transposição para os palcos concebida e dirigida por António Augusto Barros não pretende apagar. As soluções encontradas assentam na simplicidade do dispositivo cénico (comum aos três momentos da trilogia e enriquecido com o desenho de luz de Jorge Ribeiro) e apostam tudo no exigente e essencial trabalho dos 11 actores que interpretam as diversas personagens.

2Rubem o segundo momento da trilogia – está em cena de 11 a 16 de Maio, às 21h30 (o espectáculo do dia 16 é às 16h), no Pequeno Auditório do Theatro Circo, em Braga.

Trilogia 1.José 2.Rubem 3.Fonseca”

2RUBEM  11 a 16 de Maio
1JOSÉ     18 a 22 de Maio

Espectáculos para maiores de 16 anos.
Informações e reservas pelo telefone 253 203 800.

textos  Rubem Fonseca encenação  António Augusto Barros elenco  Allex Miranda | António Jorge | Carlos Feio | Igor Lebreaud | Lina Nóbrega | Maria João Robalo | Mário Montenegro | Miguel Magalhães | Rogério Boane | Sílvia Brito | Solange Sá | figurinos | Ana Rosa Assunção desenho de luz  Jorge Ribeiro som Eduardo Gama

[fotografia de Mário Montenegro]

Rubem Fonseca como nunca o vimos

Sexta-feira, Maio 7th, 2010

Dois grupos portugueses, a Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga, juntaram-se para montar mais de 20 contos do escritor brasileiro. “1.José 2.Rubem 3.Fonseca” chega amanhã, com toda a sua violência, ao Theatro Circo, em Braga.

Foi em 1996, quando estava em viagem pelo Brasil, que uma amiga lhe pôs nas mãos “Feliz Ano Novo”, de Rubem Fonseca. O encenador António Augusto Barros recorda esse seu primeiro contacto com a obra do escritor brasileiro: “Foi um livro providencial para mim”, diz. Não descansou enquanto não leu tudo. E enquanto não levou aquelas palavras para cima do palco.

Está a acontecer agora: pela primeira vez em Portugal, a obra do escritor brasileiro que venceu o Prémio Camões em 2003, foi transposta para teatro. A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga juntaram-se e criaram, a partir de contos do autor, a trilogia “1.José 2.Rubem 3.Fonseca”: um conjunto de três espectáculos sobre os temas da violência, da sexualidade e da solidão. Sempre na cidade. Depois da estreia em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, a trilogia segue para o Theatro Circo, em Braga, já a partir de amanhã. Em Junho, Rubem Fonseca volta a Coimbra: “José” pode voltar a ser visto a 4 e 5; “Rubem” a 8 e 9, e “Fonseca” a 11 e 12.

Com Rubem Fonseca, frisa António Augusto Barros, há um “corte” com o ruralismo na literatura brasileira. Nascem as cidades e os confrontos, com sangue, morte, crueldade. Ninguém é poupado. Diz-se tudo com todas as letras, mostra-se a realidade com todas as suas agruras. Mas há comédia também, apesar da tragédia. As duas fundem-se num humor negro que faz o público rir, mesmo quando há cabeças cortadas.

Todos estes temas interessaram à Escola da Noite, de Coimbra, e à Companhia de Teatro de Braga, que voltaram a juntar-se – depois de “Sabina Freire”, em 2009 – para se debruçarem sobre a obra do contista, romancista e ensaísta, vencedor também do Prémio Juan Rulfo. Quanto tempo levaram a descobrir a obra, a seleccio-nar os contos, a estudá-los, a pô-los em palco? António Augusto Barros até se ri. Uma odisseia. A ideia inicial até era fazer um só espectáculo, mas o material era de tal forma rico que acabaram por querer fazer três. Podem ser vistos separadamente, mas há diálogos entre os três módulos que apenas fazem sentido para quem vir a trilogia completa, admite o encenador.

Apesar da aventura que foi pegar nestes contos, a encenação acabou por ser uma tarefa facilitada pelo “elenco muito variado” (em que se cruzam os actores das duas companhias) e pela “força dos textos”. A escrita “veloz” de Rubem Fonseca, com “uma grande intensidade dramática”, revela uma “proximidade grande ao teatro”. Ao ritmo próprio das cidades grandes, os contos sucedem-se em palco e enchem-no de tal forma, através das narrativas e do corpo das personagens, que o encenador acabou por optar por um cenário simples. “A cenografia é essencialista e limpa, a ideia era que jogasse ao contrário. A primeiração era fazer um espaço urbano, mas assim salta mais a palavra e o jogo dos actores”, explica. Em palco, por vezes há biombos, mas o elemento fundamental é apenas um “estrado”. É nele que tudo se passa: é quarto, consultório de dentista, escritório, cama…

Vistos os três espectáculos – cerca de sete horas ao todo –, António Augusto Barros acredita que o espectador fica com “uma paleta da obra” de Rubem Fonseca. Mas sobretudo com vontade de conhecer mais: “Acho que é preciso ser muito insensível para não querer conhecer mais”, diz. De resto, é uma pena que o escritor seja tão pouco conhecido em Portugal: “Falta intercâmbio entre real entre as duas culturas [a portuguesa e a brasileira]”, defende, notando que, em todos os espectáculos, se manteve  a maioria das expressões brasileiras.

Os temas que marcam o universo de Rubem Fonseca – o dia-a-dia das grandes cidades, a violência física e psicológica, o sexo, a dificuldade de comunicação entre as pessoas, a morte, a indiferença, o crime, a riqueza, o trabalho, a pobreza – cruzam-se nos três espectáculos, ainda que seja possível ver em “José” a violência como fio condutor, em “Rubem” a sexualidade, e em “Fonseca” a solidão.

Em “José”, por exemplo, há sangue e morte em vários contos. E, mesmo naqueles em que a violência não se manifesta de forma explícita, como “Agora você” (ou “José e seus irmãos”), ela está lá. É o caso de “Hildete” que, para António Augusto Barros, é “um dos contos mais violentos”. Mesmo sem tiros e facas, fala sobre uma outra violência, cada vez mais visível nas sociedades contemporâneas e mediatizadas: a violência de fabricar e de expor, através de manobras de marketing, a vida das pessoas. Há ainda “Raimundinha”, que não sabe reconhecer os inimigos que se aproveitam da sua ingenuidade. E um homem, em “A Escolha”, que se divide entre uma cadeira de rodas e uma dentadura. É um dos desdentados do universo de Rubem Fonseca. Os pobres não têm dinheiro para arranjar os dentes.

Mas uma das personagens mais marcantes de “José” é o Cobrador (do conto homónimo), um homem que cobra dívidas à sociedade, sobretudo aos que pertencem às classes mais abastadas. Devem-lhe a dignidade, argumenta: “Tão me devendo colégio, namorada, aparelho de som, respeito, sanduíche de mortadela no botequim da rua Vieira Fazenda, gelado, bola de futebol”, diz. Com o Cobrador, sim, há morte e sangue em palco. Como na vida.

In Ípsilon, Maria João Lopes