Matéi Visniec

Matéi Visniec (foto ©Eduardo Pinto)

Matéi Visniec é autor de cerca de quarenta peças de teatro representadas em toda a Europa e também no Brasil, nos Estados Unidos, no Japão e na Turquia. Nascido na Roménia em 1956, Matéi Visniec descobriu muito cedo na literatura um espaço de liberdade. Na sua juventude, inspirou-se em Kafka, Dostoievski, Camus, Beckett, Ionesco, Lautréamont. Naquela época, na Roménia de Ceausescu, apreciava sobretudo os surrealistas, os dadaístas, as narrativas fantásticas, o teatro do absurdo e do grotesco, a poesia onírica e até o teatro realista anglo-saxónico.“Em suma – afirma – quase toda a experiência literária, excepto o realismo socialista imposto pelo poder”.
Mais tarde, tendo partido para Bucareste para estudar Filosofia, tornou-se muito activo no seio da geração de 1980 que alterou a paisagem poética e literária da Roménia. Tendo-se tornado autor proibido no seu país natal, Matéi Visniec escolheu o exílio em 1987. Conseguiu partir para França, onde obteve o estatuto de refugiado político e, mais tarde, a nacionalidade francesa. Começou a escrever directamente em Francês a partir de 1990 e trabalhou como jornalista em Paris, na Rádio France Internationale, entre 1990 e 2022.
Após a queda de Nicolae Ceausescu, Matéi Visniec tornou-se o autor mais frequentemente encenado na Roménia. Viveu sempre entre a França e a Roménia, entre o Este e o Oeste, entre duas culturas, duas línguas e duas sensibilidades. “Profundamente ligado aos valores da União Europeia”, Matéi Visniec considera-se “um autor engajado, humanista, de cultura universalista”. Continua a acreditar na resistência cultural e na capacidade que a literatura tem de demolir totalitarismos e ideologias tóxicas, bem como “as novas formas de lavagem cerebral criadas pela sociedade de consumo e pela indústria de entretenimento”.
As suas peças escritas em Francês estão publicadas pelas editoras Actes Sud-Papiers, Lansman, Espace d’un Instant, Non Lieu, L’oeil du Prince. Traduzidas em várias línguas, as suas obras foram exibidas em cerca de trinta países, entre os quais Portugal. Visniec é também autor de vários livros de poesia, de seis romances e de um livro de contos. A sua actividade literária foi distinguida com vários prémios, entre os quais o Prémio Europeu da Sociedade de Autores e Compositores Dramáticos de França e o Prémio Jean Monnet das literaturas europeias.

www.visniec.com

Café Bonheur (2023)
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A mulher como campo de batalha (2020)
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“Palhaço velho, precisa-se” (2020)
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Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres (2014)
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