Posts Tagged ‘Vulcão’

ultrapassagem emocional

Terça-feira, Março 9th, 2010

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[…] Apetece-me dizer que o espectador deixa de poder ver o tema, de atender apenas à palavra e ao gesto como produtores de uma certa ideia das pessoas e dos sentimentos que as animam, para passar a assistir a uma espécie de competição extremada do artista consigo mesmo. O espectáculo, de construção dramática, passa de certo modo à categoria de ultrapassagem emocional na qual o espectador sai esmagadoramente vencido pela extenuante energia posta em marcha pela actuação solista.

Devastado pelo talento evidente, o espectador rende-se. Mas será que fica convencido ao nível do exercício quotidiano do pensamento sensível? Será que da imensa energia dispendida e do elenco de recursos histriónicos, da ciência do dizer e da capacidade da construção gestual sobra alguma coisa para seu próprio consumo íntimo? […]


“Reflexão em torno do monólogo coisa pública”, Costa Brites in Diário de Coimbra [9 de Março de 2010]

a humanidade consegue viver sem violência?

Terça-feira, Março 2nd, 2010

Fotografia Margarida Dias

Talvez a felicidade seja possível. Talvez dependa do modo como nos posicionamos no contexto em que vivemos, do modo como somos reconhecidos pelos outros e de como nos aceitamos e nos pensamos a nós próprios. João Grosso, ENCENADOR [continue a ler aqui!]

A génese de “Vulcão” está numa conversa que a Custódia Gallego teve comigo num dia de Maio há já uns anos. Perguntou-me então, simplesmente, se eu gostaria de lhe escrever um texto para o teatro, um monólogo. Abel Neves, DRAMATURGO [continue a ler aqui!]

A história começa num dia em que Custódia Gallego troca a faculdade de medicina pelo conservatório de teatro que acaba em 1985. Custódia Gallego, INTÉRPRETE [continue a ler aqui!]


Vulcão de Abel Neves, com Custódia Gallego, HOJE, 2 de Março, 21h30 no Teatro da Cerca de São Bernardo.


O espectáculo é parte integrante do ciclo “do monólogo, coisa pública”, inserido na XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra, uma organização d’A Escola da Noite e da Reitoria da Universidade de Coimbra.

dizer sempre que “sim, para não o contrariar”

Segunda-feira, Março 1st, 2010

Valdete tem uma jóia de marido que se transforma num exterminador implacável. Já vimos isto em qualquer lado (tipo as manchetes dos últimos dias), mas este espectáculo não é só sobre violência doméstica. […] Valdete é uma mulher de meia-idade. Tem com o cabelo desgrenhado, os olhos esbugalhados e as mãos vermelhas de tanto as esfregar. Fala num fôlego só, como se o mundo fosse acabar naquele momento e ela não tivesse tempo de contar a sua história. […] Claúdia Silva in Público [2 Dezembro 2009] Continue a ler aqui!

Fotografia de Margarida Dias

Em “Vulcão”, de Abel Neves, uma mulher revive a sua história infeliz com um marido monstruoso, a quem aprendeu a dizer sempre “sim, para não o contrariar”. “Agora, vou ser feliz”, diz ela no início do monólogo, antes de iniciar a sua viagem ao passado e recordar como, quando casou, sonhava com um amor luminoso que, depois do nascimento de um filho cego, se transformou num pesadelo. […] in DN [20 Novembro 2009] Continue a  ler aqui!

Vulcão de Abel Neves, com Custódia Gallego, AMANHÃ, 2 de Março, 21h30 no Teatro da Cerca de São Bernardo.

O espectáculo é parte integrante do ciclo “do monólogo, coisa pública”, inserido na XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra, uma organização d’A Escola da Noite e da Reitoria da Universidade de Coimbra.

“Valdete em erupção”

Quarta-feira, Fevereiro 24th, 2010

fotografia de Margarida Dias

Num dia de Maio há já alguns anos, Custódia Gallego pediu a Abel Neves para lhe escrever um monólogo que ela pudesse levar ao teatro. Ele nunca tinha estado para aí virado, mas, diz num texto incluído no programa da peça, “a verdade é que todos nós praticamos a arte do monólogo, uns mais do que outros, uns mais capazes de se fazerem ouvir, muitos irremediavelmente perdidos no enigma deste mundo”. Vulcão é o monólogo que acabou por escrever: o monólogo de Valdete, mulher espancada pela vida e à procura de um filho perdido com quem temos, acrescenta o dramaturgo, de simpatizar. Com encenação de João Grosso e “a fascinante disponibilidade de corpo e de espírito” (ainda palavras de Abel Neves) da actriz Custódia Gallego.

Lido no Público do passado dia 21 de Fevereiro, a propósito da temporada do “Vulcão” no Porto, no Auditório ACE TEatro do Bolhão, até 7 de Março. Temporada que vai ter um intervalo para a apresentação em Coimbra inserida no ciclo “do monólogo, coisa pública“, programado pel’A Escola da Noite para a XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra. A Valdete vai estar no palco do Teatro da Cerca de São Bernardo, no próximo dia 2 de Março, terça, às 21h30.