Embarcação do Inferno: a didascália inicial

Rui Nuno, Jorge Baião, José Russo e Igor Lebreaud, "Embarcação do Inferno" (foto de ensaio - Pedro Rodrigues)

Rui Nuno, Jorge Baião, José Russo e Igor Lebreaud, “Embarcação do Inferno” (foto de ensaio – Pedro Rodrigues)

Auto de Moralidade composto por Gil Vicente per contemplação da sereníssima e muito católica rainha dona Lianor, nossa senhora, e representada per seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei dom Manuel, primeiro de Portugal dêste nome.
Esta prefiguração se escreve neste primeiro livro, nas obras de devação: porque a segunda e terceira parte foram representadas na capela, mas esta primeira foi representada de câmara, pera consolação da muito católica e santa rainha dona Maria, estando enfêrma do mal de que faleceu, na era do Senhor de 1517.
Começa a declaração e argumento da obra.
Representa-se na obra seguinte uma prefiguração sobre a regurosa acusação que os imigos fazem a tôdas as almas humanas, no ponto que per morte de seus terrestes corpos se partem. E por tratar desta matéria põe o autor por figura que no dito momento que acabamos de expirar chegamos sùpitamente a um rio, o qual per fôrça havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet: um deles passa pera o paraíso, e o outro pera o inferno; os quais batéis têm cada um seu arrais na proa: o do paraíso um Anjo, e o do inferno um Arrais Infernal e um Companheiro.

Passageiros:
Fidalgo, Onzeneiro, Joane, Sapateiro, Frade, Florença, Alcoviteira, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado, Quatro Cavaleiros.

 

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