Archive for Maio 28th, 2014

Lorca no TCSB, pela Companhia de Teatro de Sintra

Quarta-feira, Maio 28th, 2014

O Chão de Oliva / Companhia de Teatro de Sintra vem pela primeira vez ao TCSB. Traz-nos um autor de quem gostamos muito e um texto que o nosso público também conhece: D. Rosita, a solteira, de Federico García Lorca.

“A Linguagem das Flores” tem encenação de João de Mello Alvim e é apresentado em Coimbra numa única sessão, já no próximo sábado.

Faça-nos companhia!

linguagem das flores02

 TEATRO

A Linguagem das Flores

a partir da peça “D. Rosita, a solteira

de Federico García Lorca

CHÃO DE OLIVA / COMPANHIA DE TEATRO DE SINTRA

A maternidade, o casamento, a religião, o papel social da mulher são temas estruturantes na obra de Federico García Lorca e criaram um alerta para muitas hipocrisias da sociedade de sua época, que se mantêm mais ou menos matizadas nos tempos que correm. Porém, a leitura dos textos mostra-nos uma actualidade de muitos sentimentos e situações, obriga-nos a uma reflexão profunda de nosso papel e do poder de transformação que podemos adquirir se assumirmos o conhecimento do que nos cerca. Presenciamos a decadência da protagonista, quando nos certificamos que Dona Rosita não assumiu a vida como um projecto a ser construído de acordo com as circunstâncias, insistiu em não compreender as novas realidades e permaneceu costurando o enxoval do que esperava ser consumado. Perante diferenças entre o que é esperado e o que é vivido concretamente, como (re) agir? Noutra perspectiva, qual o paralelo que se pode fazer com a realidade que se vive em Portugal? Será que quem se acomoda, quem espera, nem sempre alcança?

linguagem das flores

autor Federico Garcia Lorca encenação João de Mello Alvim adaptação e dramaturgia Manuel Sanches interpretação Alexandra Diogo, Joana Freches Duque e Nuno Machado assistente do encenador João Mais assistente de movimento Elisa Worm adaptação musical e apoio ao canto Isabel Moreira apoio à manipulação da marioneta Nuno Correia Pinto cenografia e figurinos João de Mello Alvim e CTS costureira Adélia Canelas desenho de luz André Rabaça fotografia e imagem gráfica André Rabaça direcção técnica André Rabaça técnico auxiliar Pedro Tomé direcção de produção Nuno Correia Pinto assistente de produção Nuno Machado secretária de direcção e produção Cristina Costa

31 de Maio

sábado, 21h30

M/12 > 5 a 10 Euros

informações e reservas: 239 718 238 / geral@aescoladanoite.pt

 

 

 

“sossegámos”

Quarta-feira, Maio 28th, 2014

autosdarevolucao

 

Depois do 25 de Abril, tornámo-nos todos democratas. Não nos tornámos democratas por acreditarmos na democracia, por odiarmos a guerra colonial, a polícia política, a censura, a simples proibição de raciocinar: tornámo-nos democratas por medo, medo dos doentes, do pessoal menor, dos enfermeiros, medo do nosso estatuto de carrascos e, até ao fim da Revolução, até 76, fomos indefectíveis democratas, fomos socialistas, diminuímos o tempo de espera nas consultas, chegámos a horas, conversámos atenciosamente com as famílias, preocupávamos-nos com os internados, protestámos contra a alimentação, os percevejos, a humidade, os sanitários, a falta de higiene. Fomos democratas, por cobardia, tínhamos pânico de que nos acusassem como os pides, nos prendessem, nos apontassem na rua, pusessem os nossos nomes no jornal. E demorámos a entender que mesmo em 74, em 75, em 76, as pessoas continuavam a respeitar-nos como respeitavam os abades nas aldeias, continuavam a ver em nós o único auxílio possível contra a solidão. E sossegámos. E passámos a trazer dobrados no sovaco os jornais de direita. E sorríamos de sarcasmo ao escutar a palavra socialismo, a palavra democracia, a palavra povo. Sorríamos de sarcasmo, porque haviam abolido a guilhotina.

“Conhecimento do Inferno”

TEATRO
Autos da Revolução
CENDREV / ACTA
28 e 29 de Maio
quarta e quinta-feira, 21h30
M/12 > 5 a 10 Euros

 

Hoje no TCSB: “Autos da Revolução”, de António Lobo Antunes

Quarta-feira, Maio 28th, 2014

cartaz_autos da revolucao_coimbra

O espectáculo propõe os relatos cruzados de sete personagens, que recordam o seu 25 de Abril e contam o que lhes sucedeu: um operário carregador de mudanças, uma burguesa caridosa, a esposa de um contra-revolucionário, um militante político que foi preso em Caxias, uma camponesa explorada numa quinta, um banqueiro e a governanta do dono da quinta. Cada personagem grita a sua verdade, a sua duplicidade, o seu fervor, a sua fraqueza, o seu desvairamento, a sua inocência. Estas personagens não são heróis, mas pessoas comuns, cheias de contradições, que levam uma vida anónima nas margens dos acontecimentos históricos. Os relatos sincopados de cada testemunha são como na vida: os pormenores, aparentemente estranhos, mas todos implicados na mesma história, juntam-se, pouco a pouco, a um inquérito sobre o 25 de Abril e os acontecimentos que se seguiram. Desta confrontação nascem por certo perguntas inevitáveis com o andar do tempo e à luz da fervura que sacode o país actualmente.

Pierre-Etienne Heymann

 

TEATRO

Autos da Revolução

textos de António Lobo Antunes

CENDREV / ACTA

montagem e encenação Pierre-Etienne Heymann com a colaboração de Rosário Gonzaga cenário e figurinos Elsa Blin direcção musical e sonoplastia Gil Salgueiro Nave iluminação António Rebocho, assistido por Sergio M. Santafé (estagiário do Instituto del Teatro de Barcelona) interpretação O Escritor: um espectador convidado; Abílio, carregador de mudanças: Mário Spencer; Sofia, burguesa: Rosário Gonzaga; Mimi, esposa de um contra-revolucionário, surda: Maria Marrafa; O Militante, antigo preso político: Bruno Martins; A filha do caseiro do doutor (sogro da Sofia): Tânia da Silva; O Banqueiro, tio de Sofia: Jorge Baião; Titina, governanta do doutor: Rosário Gonzaga; Voz: Rui Nuno

28 e 29 de Maio

quarta e quinta-feira, 21h30

M/12 > 5 a 10 Euros > assinaturas TCSB: 5 entradas, 30 Euros; 10+1 entradas: 50 Euros