A exposição, cujo título é um verso do poeta norte-americano Wallace Stevens – “Deve ser visível ou invisível / Invisível, visível ou ambos: / Um ver e um não ver no olhar” – assenta num grandioso dispositivo  vídeográfico (com imagem de Eduardo Nunes e Pedro Vaz), que tira o máximo partido das potencialidades da sala do Teatro da Cerca de São Bernardo e inclui uma selecção de objectos (figurinos de espectáculos d’A Escola da Noite e livros desenhados pela FBA.). Ao visitante/espectador desta experiência multimédia é oferecida a  oportunidade de mergulhar no próprio processo criativo dos designers: esboços, imagens recolhidas nas pesquisas efectuadas e, naturalmente,  imagens dos resultados finais dos 24 projectos escolhidos entre a vasta obra dos autores, são expostos ao público de uma forma surpreendente. Nas palavras de João Bicker, director criativo da FBA., “esta exposição procura mostrar o que há de comum entre estas diferentes áreas do design, dos livros à ilustração, das exposições aos figurinos”. Traçando um paralelo entre a relação da figurinista com o encenador de um espectáculo e relação do designer com os livros para os quais desenha a capa, Bicker encontra vários traços comuns entre o trabalho de Ana Rosa Assunção e o seu próprio trabalho: ele “não existe sem a interrogação e a procura de soluções para problemas que temos de conhecer bem para resolver bem”. “Encontrámo-nos nesta ideia de cultivar um modo de fazer, fazendo sempre coisas diferentes. Também nesta ideia de vestir as ideias dos outros com o fato certo, o fato que melhor os descreve”, acrescenta.

Ana Rosa Assunção (Mesquitela, Mangualde, 1965) é fundadora d’A Escola  da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra, na qual é responsável pela imagem gráfica e pela concepção dos figurinos de quase todos os mais de  cinquenta espectáculos apresentados pela companhia desde 1992. A FBA., fundada em 1998, é uma das mais destacadas empresas de design gráfico do  país, com vários prémios nacionais e internacionais, em particular nas  áreas do design de livros e da concepção de exposições.

A exposição é inaugurada esta quarta-feira, dia 2 de Março, às 21h30, e  pode ser visitada até ao dia 12 de Março.

Decorre hoje (2 de Março, terça, pelas 17 horas), a apresentação do livro “Um cesto de Cerejas”, no Bar do Teatro da Cerca de São Bernardo. Uma organização do Centro de Documentação 25 de Abril, com o apoio da Casa da Achada, integrada na XIII Semana Cultural da Universidade de Coimbra.

“UM CESTO DE CEREJAS é uma história de quase 100 anos, que salta, segue, volta atrás e não está acabada.

Quem a conta é Francisco Castro Rodrigues, um arquitecto de 90 anos, mais de 30 passados no Lobito, que viveu como terra sua e que também «reinventou». Um arquitecto opositor ao regime de Salazar, que não fez só arquitectura.

Ler este livro e falar com o Autor levará a centenas de nomes de pessoas e de terras, a muitas práticas e vontades. Por isto podem passar hoje as reinvenções das vidas e das cidades.”

A apresentação conta com a participação de Francisco Castro Rodrigues, Eduarda Dionísio, Vítor Silva Tavares e José António Bandeirinha (moderador).