Archive for Julho, 2010

no Brasil

Domingo, Julho 18th, 2010

Creuza Borges

Já começou o V Circuito de Teatro Português de São Paulo. Anteontem, sexta-feira, a responsável pela organização Creusa Borges, o Director do Teatro Municipal de São Carlos, Almir Martins, e representantes dos seis grupos participantes – Dragão7 (Brasil), A Escola da Noite, Art’imagem, Companhia de Teatro de Braga, Teatro Constantino Nery (Portugal) e Elinga Teatro (Angola) – intervieram na sessão de abertura, no auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Ontem, sábado, aconteceram os primeiros espectáculos: “Auto da Índia: aula prática”, pel’A Escola da Noite, no auditório do MASP; “O Escurial”, pelo Art’imagem, no Teatro Colectivo (Rua da Consolação); “Adriana Mater”, pelo Elinga Teatro (na cidade de Limeira); e “Amor Solúvel”, pelo Teatro Constantino Nery, no Teatro Municipal de São Carlos. Mais de uma centena de pessoas assistiu ao primeiro espectáculo d’A Escola da Noite no circuito, recebendo-o com grande entusiasmo. Como sempre acontece com esta “aula prática”, a sessão incluiu um momento de debate com o público, no final da representação, foi aproveitado pela audiência para comentar o espectáculo e para colocar algumas questões sobre o trabalho da companhia e, em particular, sobre a nossa forma de abordar Gil Vicente. Amanhã, segunda-feira, A Escola da Noite parte para Botucatu, onde inicia a sua digressão pelo interior do estado de São Paulo: Botucatu, Teatro Camillo Fernandez Dinucci, 20/07, 20h30 e São Carlos, Teatro Municipal Dr. Alderico Vieira Perdigão, 20h00.

estreia dia 21 “Auto da Barca do Inferno”

Quinta-feira, Julho 15th, 2010

A Escola da Noite acolhe no próximo dia 21 de Julho, quarta, às 21h30, no Teatro da Cerca de São Bernardo, a estreia de “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, com encenação de Ricardo Correia, pelo Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), no âmbito da programação do II Festival das Artes de Coimbra.
A Escola da Noite “incubou” no TEUC e daí herdou, entre muitas outras coisas, uma “marca genética vicentina” que ao longo dos anos tem desenvolvido; também por isso é ainda maior a satisfação ao acolher esta estreia. O acontecimento torna-se possível através de uma parceria estabelecida com o Festival das Artes de Coimbra / Fundação Inês de Castro.
O preço dos bilhetes varia entre 6 e 10 euros, a reserva de lugar pode ser efectuada através do telefone 239718238 ou telemóvel 966302488.

Sinopse
O Auto da Barca do Inferno, foi representado em 1517 na Câmara da Rainha Dona Maria. Neste Auto, inscrito nas moralidades, chegam ao Cais da Morte várias figuras alegóricas que serão sujeitas a um julgamento Post-morten, numa dialéctica Condenação/Salvação, embarcando as figuras na Barca da Glória ou na Barca do Inferno.

Notas de encenação
Trazer à cena o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, é uma proposta arriscada, mas que permite-nos a nós – os Fazedores, revisitar os genes do nosso teatro. A questão a colocar não é se faz ou não sentido fazer Gil Vicente hoje, a resposta é óbvia, mas deverá ser: como fazer Gil Vicente transpostos 500 anos? Como comunicar todas as suas nuances, a sua musicalidade, e integrá- lo no aqui e agora, sem esquecer que Coimbra, Gil Vicente, e o TEUC, traçaram tangentes tantas vezes.
Nesta encenação não pretendo actualizar, nem tão pouco fazer uma reconstituição histórica de um Portugal quinhentista, mas gostaria de burilar as suas palavras, de encontrar com as actrizes, seis por sinal, a sua fisicalidade, o seu jogo, e de construir uma trupe que joga entre o fazer vicentino e a memória desse fazer neste grupo de teatro universitário, re-inventando um novo caminho artístico.
Queremos, e agora uso o plural, fazer um espectáculo íntimo, um espectáculo que nasce da proximidade física, onde a comunicação seja feita olhos nos olhos, tal como foram os espectáculos apresentados por Gil Vicente na Corte, em pequenos espaços, e deste modo, rir deste Mundo às avessas, rir dos outros, rir do passado para inscrevermo-nos no Futuro.
Entramos na Barca, resta saber para onde nos leva…

Ricardo Correia


Ficha Técnica
texto Gil Vicente versão de José Camões encenação  Ricardo Correia elenco  Íris Ferrer, Maria Pinela, Mariana Ferreira, Nádia Iracema, Rafaela Bidarra, Susana Rocha cenografia Bruno Gonçalves, Eduardo Conceição, Carolina Santos figurinos  Carolina Santos desenho de luz  Jonathan Azevedo sonoplastia  João Gil, Sérgio Costa fotografia  TEUC 2010 cabeleireiro Carlos Gago costureira Fernanda Tomás produção executiva TEUC 2010

“3.Fonseca” crítica

Quarta-feira, Julho 14th, 2010

“Compreende-se o fascínio por esse autor brasileiro não dramaturgo, mas cujos textos se prestam à dramatização, e que resultou em três espectáculos autónomos (…). No dia em que estive, pude ver o terceiro (3Fonseca): trata-se de onze textos, ou em alguns casos de mini textos confessionais, transformados numa zona que sonda descendo à vida humana na sua curta mas dramática imagem. Uma série de flashes para os inferninhos, alguns tipicamente brasileiros, curiosamente, como que bem-dispostos e sobretudo apanhados no próprio momento da queda, pelos intérpretes das duas Companhias (…). Quem encenou com eficácia e saber, mas sobretudo dirigiu primorosamente os actores, foi o director da Escola da Noite, António Augusto Barros. A qualidade maior foi a de saber harmonizar actores de duas Companhias, a tal ponto que não reconhecemos as pertenças de origem. De realçar igualmente o guarda-roupa, expressivo e rigoroso a sinalar o deslizamento para uma sub-humanidade incurável. Um dispositivo cénico minimal, bem iluminado, feito de objectos que prolongam as personagens, num palco novo, de um teatro construído de raíz, o Teatro da Cerca de São Bernardo, espaço feliz e bem organizado.”

Excerto da crítica de Helena Simões, publicada hoje no Jornal de Letras, referente ao espectáculo 3Fonseca da trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca, co-produção d’A Escola da Noite e Companhia de Teatro de Braga.

A Escola da Noite abre festival em São Paulo

Segunda-feira, Julho 12th, 2010

Auto da India | Fotografia de Augusto Baptista

“Auto da Índia: aula prática”, de Gil Vicente, é o espectáculo de abertura do V Circuito de Teatro Português, que decorre em São Paulo entre 17 e 25 de Julho. Para além da sessão inaugural, que terá lugar no dia 17, pelas 19h00, no Auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP), o espectáculo será apresentado em mais três cidades do Estado: Botucatu (20), São Carlos (21) e Diadema (23). A Escola da Noite dinamiza ainda um workshop, no âmbito do Circuito, destinada à comunidade teatral paulista.

O Circuito de Teatro Português de São Paulo é uma iniciativa do grupo brasileiro Dragão7 (dirigido pela actriz e encenadora Creusa Borges), realizada no âmbito da Cooperativa Cultural Brasileira. Foi criado para promover o intercâmbio cultural entre o Brasil e Portugal, com o desejo de progressivamente alargá-lo aos outros países de língua portuguesa. Internamente, o formato do Circuito foi pensado para descentralizar as actividades culturais da cidade de São Paulo: os espectáculos, os debates e os workshops que integram a programação têm lugar não só na capital do Estado, mas também em várias outras cidades do “ABC” Paulista e do interior.

“Auto da Índia” é a mais recente produção vicentina d’A Escola Noite. Foi estreada em 2007 e a companhia continua a mantê-la em reportório. Depois de uma intensa digressão nacional, com mais de 20 localidades visitadas, e da apresentação em Luanda (2008), o espectáculo chega agora ao Brasil, país onde A Escola da Noite não se apresentava desde 1998.

O espectáculo assume uma clara vertente pedagógica e de divulgação do trabalho de Gil Vicente, integrando, a par da representação integral do texto original, momentos de debate com o público sobre a vida, a obra e a época do autor. Com direcção artística de António Augusto Barros, António Jorge, Sílvia Brito e Sofia Lobo, “Auto da Índia” conta com as interpretações de António Jorge, Maria João Robalo, Miguel Magalhães e Sílvia Brito.

SABEReseARTES

Sexta-feira, Julho 9th, 2010

No âmbito do Seminário Internacional “SABEReseARTES” como Investigação, uma iniciativa do Núcleo de Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, na próxima segunda, dia 12 de Julho, projectamos no Teatro da Cerca de São Bernardo o documentário de Pedro Sena Nunes, “Há tourada na aldeia“. Na sequência da apresentação, e aproveitando também a presença do realizador, decorre um debate. Esta iniciativa tem entrada livre. Para obter mais informações sobre o Seminário consulte http://www.ces.uc.pt/eventos/evento227.php.